A Marinha de Israel atacou na madrugada de hoje (7) um barco palestino na costa da Faixa de Gaza. A ação provocou a morte de cinco pessoas, informou a rádio oficial de Israel, segundo a BBC Brasil. As Forças Armadas do país informaram ainda que o barco levava militantes armados, em roupas de mergulho, e que o objetivo era atacar Israel.
O Fatah, partido palestino que controla a Cisjordânia, informou que os corpos seriam de integrantes de seu braço militar e que o quinto integrante ainda está desaparecido. O Hamas, movimento islâmico palestino que controla a Faixa de Gaza, confirmou o incidente, acrescentando que retirou quatro corpos do mar.
Segundo o jornal israelense Haaretz, o incidente seria o último de uma série de ataques recentes de grupos armados palestinos contra Israel. O país estabeleceu um bloqueio ao território palestino em junho de 2007, após o Hamas ter assumido o controle da Faixa de Gaza.
Na semana passada, as Forças Armadas do país atacaram uma frota de barcos que carregava centenas de ativistas pró-Palestina e tinha como missão levar ajuda humanitária a Gaza. O governo de Israel disse que os barcos tinham finalidades terroristas. Nove pessoas morreram na operação.
Ontem (6), a organização não governamental (ONG) turca IHH divulgou fotos do ataque ao barco – o Mavi Marmara, de bandeira turca – em que ocorreu a ação que levou à morte dos nove ativistas . A ONG diz que as imagens mostram os ativistas sendo condescendentes e prestando os primeiros socorros aos soldados israelenses feridos durante a operação.
Autoridades de Israel afirmam que as imagens apenas comprovam a versão israelense de que seus soldados agiram em legítima defesa ao serem atacados pelos ativistas. A ONG turca disse ainda que os feridos foram atendidos por ativistas.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, deve prestar uma homenagem aos mortos – oito turcos e um portador de passaporte americano criado na Turquia – em uma visita a Istambul. Abbas está na Turquia para participar hoje (7) de uma série de discussões sobre segurança regional.
Ontem, o embaixador israelense nos Estados Unidos, Michael Oren, disse que seu país não pedirá desculpas à Turquia pela morte dos nove ativistas, nem aceita a abertura de inquérito internacional para investigar o ataque à frota.
Os ministros do Exterior da França e da Grã-Bretanha pediram a Israel que aceite no mínimo uma "presença internacional" na investigação do incidente. O chanceler francês, Bernard Kouchner, sugeriu que a União Europeia adote um papel mais importante na provisão de ajuda humanitária para Gaza e na restrição à entrada de armas no território. "A União Europeia deve participar mais, politicamente e concretamente, do que faz – e já o faz bastante", disse.