Vinte e um países reunidos, ontem, em Istambul, na Turquia, condenaram Israel pelo ataque a um comboio marítimo com destino a Gaza, no qual nove turcos foram mortos no último dia 31 de maio.
Todos os países reunidos, à exceção de Israel, manifestaram "séria preocupação e condenação relativas às ações das forças israelenses" contra a flotilha de ajuda a Gaza em águas internacionais, declararam os representantes dos países que participaram do fórum. Israel foi convidado para a conferência, mas apenas seu embaixador na Turquia estava presente.
Eles denunciaram o ataque como uma "violação flagrante" do Direito Internacional e manifestaram apoio à Organização das Nações Unidas (ONU) para a criação de uma comissão internacional de investigação.
"É a manifestação clara de como Israel se isolou", declarou o presidente turco Abdullah Gül, que mediou o encontro promovido pela Conferência sobre as Medidas para Ampliar a Confiança e as Ações Conjuntas na Ásia (CICA), um fórum de segurança regional, realizado na segunda e na terça-feira com a presença, principalmente, dos presidentes iraniano e palestino, Mahmoud Ahmadinejad e Mahmoud Abbas, e do primeiro-ministro russo Vladimir Putin.
Durante o fórum, Putin afirmou que seu país tem a intenção de levar à ONU a proposta de uma investigação sobre o ataque. "Infelizmente, essa ação ocorreu em águas internacionais e isso representa uma outra fonte de preocupação", afirmou o premiê russo.
A maioria dos países presentes também pediu que o Oriente Médio seja uma área livre de armas nucleares, pedindo que Israel junte-se ao grupo das nações que assinam o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e coloquem todas suas instalações nucleares sob a vigilância da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU.
Israel conseguiu bloquear uma declaração conjunta do grupo, cujas decisões requerem consenso, que condenaria oficialmente o ataque à "Frota da Liberdade". Dessa maneira, a Turquia viu-se obrigada a emitir uma declaração em separado, anexada à declaração final da cúpula.
A política de ambiguidade israelense sobre seu arsenal nuclear é um dos pontos-chave por trás de seu poder militar. O Estado judeu nunca assinou o TNP, que requer que todos os seus membros abram suas instalações para inspeções da ONU e desarmamento.