Cuba quer se aproximar da UE, mas reitera críticas a posição comum do bloco


O governo cubano afirmou hoje que a posição comum da União Europeia (UE) "constitui o principal obstáculo para a normalização plena das relações" entre a ilha caribenha e o bloco.

Em uma nota, Havana contou que seu ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, "manifestou a vontade de Cuba de manter uma relação respeitosa" com a Europa durante o encontro que teve nesta manhã com o chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos.

O documento foi publicado após a reunião dos titulares, realizada em Paris, a quatro dias da reunião em que a UE pretende rever seu posicionamento, em vigor desde 1996, e que condiciona a aproximação bilateral ao respeito aos direitos humanos na ilha.

A nota, no entanto, destaca que, para a melhora das relações, "obrigatoriamente a UE tem que reconhecer e tratar Cuba em igualdade de condições", e classifica a posição comum como "intervencionista e unilateral".

Apesar disso, Rodríguez "reiterou" diante de Moratinos que a nação centro-americana está disposta "ao diálogo com a UE, com a atual e futura presidência do Conselho, sobre bases recíprocas, com caráter incondicional e não discriminatório".

O encontro entre os ministros foi parte de um diálogo entre Cuba e a UE a fim de continuar as negociações iniciadas em outubro de 2008 para a retomada das relações bilaterais. A Espanha exerce atualmente a presidência de turno do bloco.

Já o chanceler espanhol, citado pelo jornal El País, comentou que os diálogos foram "construtivos e positivos", mas "continuam a existir algumas divergências na vontade de aproximar posições".

Por sua vez, o governo francês considerou que Cuba "não seguiu o esperado, em especial em matéria de direitos humanos e liberdades fundamentais" e, por isso, é impossível dar "novos passos" no diálogo, segundo a porta-voz da Chancelaria da nação, Christine Fages.