O Ministério da Saúde, depois de cinco meses de negociações, conseguiu baixar em 51% o preço do comprimido de Mesilato de Imatinibe (conhecido comercialmente como Glivec) – de R$ 42,50 para R$ 20,60, o que vai gerar uma economia de cerca de R$ 400 milhões em dois anos e meio. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (), pelo ministro da saúde, José Gomes Temporão, durante encontro do Conselho Consultivo do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
O Glivec, produzido pelo laboratório Novartis, é usado para o tratamento de cerca de 7,5 mil pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com Leucemia Mielóide Crônica (LMC – câncer no sangue) e um tipo de câncer gastrointestinal.
“Foi um acordo muito difícil e demorado, mas que traz resultados importantes para o Brasil, para o Ministério da Saúde e para as pessoas que dependem deste medicamento para recuperar a saúde”, comemorou Temporão. O valor economizado será utilizado em novos medicamentos e tratamentos oncológicos para a rede pública.
Dentro da mesma negociação feita com a empresa Novartis, a partir de 2011, o Ministério da Saúde tomou a decisão política de centralizar a compra do medicamento, o que reduzir expressivamente os valores pagos pelo tratamento.
Antes, o ministério repassava recursos aos hospitais, que compravam o Glivec diretamente do fabricante. O preço variava de acordo com o poder de compra do hospital. O comprimido saía, em média, R$ 42,50. Em 2009, o Ministério da Saúde gastou cerca de R$ 260 milhões para comprar 8,5 milhões de comprimidos.
Pelo acordo fechado com a Novartis, num primeiro momento (de 21 de junho a 31 de dezembro de 2010), a empresa venderá às secretarias de saúdes e hospitais públicos, filantrópicos e privados conveniados ao SUS a unidade do Glivec ao preço máximo de R$ 26,32. Em janeiro de 2011, quando o ministério passar a centralizar a compra do Glivec, cada comprimido custará R$ 20,60.