O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou que seu país também “sente muito” pelas dificuldades enfrentadas pelo povo norte-americano, em resposta à secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton, que ontem (8/6) disse “lamentar o sofrimento dos venezuelanos” com as medidas do governo.
"Senhora Clinton: eu, de verdade, nós, sentimos muito pelo o que os norte-americanos estão passando Quarenta milhões de pobres nos Estados Unidos…", disse Chávez ontem em um ato em Caracas. Cantando, o presidente prosseguiu: “Sou rejeitado por Hillary Clinton, mas eu também não gosto dela.”
Hillary afirmou, em Bogotá, que “sentia muito pelo o que o povo da Venezuela está passando, pois eles são os que sofrem com algumas medidas que simplesmente não estão funcionando”. Além de rechaçar as afirmações de Hillary, Chávez também chamou de “cínica” a posição dos EUA quanto às sanções contra o Irã, aprovadas por 12 votos a favor e 2 contra pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. “Por que não sancionam Israel? Vocês têm noção do cinismo do império ianqui e de seus aliados?”
“Não sei se conseguirei dormir essa noite. Isso tirou meu sono”, brincou Chávez no final do discurso.
A secretária de Estado norte-americana começou no último domingo uma viagem à América Latina com o objetivo, segundo a Casa Branca, de reafirmar o compromisso dos EUA com a região em assuntos como a guerra contra o tráfico de drogas e a promoção do comércio regional. É a segunda viagem de Hillary à América Latina em três meses.
O giro pela região se encerra nesta quinta-feira em Barbados. Na terça-feira ela visitou Quito, no Equador e ontem, se reuniu em Bogotá, na Colômbia, com os dois candidatos que disputam o segundo turno das eleições presidenciais: o governista Juan Manuel Santos e o opositor Antanas Mockus.