Transplantes de órgãos


O Ceará registra nos últimos três anos só boas notícias na área de doação e  transplantes de órgãos e tecidos. A mais nova é que o número de doadores efetivos aumentou de 11,2 em 2009 para 19,1 por cada milhão de habitantes, no primeiro trimestre deste ano. Fica abaixo apenas de São Paulo, com 22,0 doadores efetivos. Antes o Ceará ficava abaixo de quatro Estados – Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e ainda do Distrito Federal.

Para o secretário da saúde, Arruda Bastos, diversos fatores contribuem para o crescimento do número de doações. Ele destaca a sensibilização das famílias cearenses, que com mais informações sobre o processo de doação, estão ficando cada vez mais solidárias. “E aqui a imprensa tem sido um importante aliado porque é recorrente na abordagem do tema, mobilizando a população para o ato de doar e salvar vidas”, afirma Arruda Bastos. Outro fator que contribui para elevar o número de doadores é a descentralização dos serviços de captação dos órgãos e tecidos no Interior. Há pouco mais de um ano a captação é realizada em Sobral e no Cariri, com o transporte aéreo dos órgãos para a capital garantido pela Casa Civil do Estado.

Com mais doadores, as possibilidades de realização de transplantes aumentam. Este ano, até a última segunda-feira, 17, já foram realizados 315 transplantes de órgãos e tecidos no Estado. Em 2006, durante todo o ano, foram feitos 446 transplantes. Nos anos seguintes – 2007, 2008 e 2009, a Central de Transplantes do Estado comemorou recordes sucessivos. Em 2007, foram 618 transplantes, 739 em 2008, pulando para 767 em 2009, ano em que o Ceará ficou em primeiro lugar no ranking nacional em transplante de coração  por milhão de habitantes.

Dos 315 transplantes feitos este ano, 160 são de córneas e 45 de fígado.  Nesse mesmo período do ano passado, de janeiro a meados de maio de 2009, o número de transplantes de fígado não chegava a metade. Ficou em 17. De dezembro para cá o Hospital Geral de Fortaleza, após credenciamento do Ministério da Saúde,  passou a realizar transplantes de fígado. Fez a fila andar para cinco pessoas, que ganharam fígado saudável.

O sentimento de doação deve se manter crescente. Há 1.233 pessoas na fila de espera por córneas, fígado, coração, rim, medula óssea. A maior fila de espera é por córneas, com 727 pessoas.  Logo em seguida vem a fila de rim, com 279 pacientes que sofrem nas máquinas de hemodiálise.