O senador Inácio Arruda usou a tribuna do Senado, nesta terça-feira (18), para defender o projeto Ficha Limpa. “O nosso partido, o PCdoB, não tem dificuldade nenhuma de votar esse projeto porque seus candidatos já são ficha limpa”, disse, acrescentando que os comunistas votaram por unanimidade na Câmara Federal.”No caso do Senado, não posso dizer unanimemente, porque infelizmente o PCdoB só tem um Senador.
Então, o seu Senador votará esse projeto com a tranquilidade de que não temos nenhum empecilho, nenhum problema. Quanto mais rigor na escolha dos candidatos pelos partidos, melhor para os municípios, estados e para o nosso País”, completou.
Inácio afirmou também, que o PCdoB, tanto na Câmara, como no Senado, vai votar a favor da proposta que recompõe o salário dos aposentados, “uma questão de justiça com esses trabalhadores que se dedicaram ao nosso País”. Segundo o senador, quando aumenta os juros, corrigidos pela taxa Selic, os recursos vão para o exterior. Os títulos ficam nas mãos de bancos e de investidores estrangeiros, que especulam com os títulos brasileiros. Já o dinheiro dos aposentados. majoritariamente fica aqui e é usado para fortalecer à indústria.
Brasil acerta o passo
Ainda do plenário do Senado, Inácio Arruda destacou a situação “especialíssima” em que o Brasil se encontra hoje. “Agora podemos falar em recompor salários de aposentados, ou salário mínimo, que antes era uma migalha e que agora compra alguma coisa. O Brasil acertou o passo e acertou o passo com o trabalhador. Foi exatamente um trabalhador, um operário, que acertou o passo do Brasil. O nosso país estava sendo desmontado.Serviço público, aposentado, operário, nada disso tinha valor. Agora têm e têm valor porque tem emprego”.
Este mês, o Brasil bateu mais um recorde no setor de geração de empregos. “Devemos chegar, só este ano, a 2,5 milhões de empregados com carteira assinada.Isso é um êxito importante para o Brasil. As nossas regiões estão se desenvolvendo. Começamos a ter um projeto mínimo de Brasil, um projeto nacional, um projeto do conjunto da nossa Nação.”
Inácio deu como exemplo, o crescimento da indústria naval, que tinha sido liquidado com o neoliberalismo. O estaleiro de Pernambuco colocou, recentemente, no mar o petroleiro João Cândido. “Diziam que era um estaleiro virtual. Que de lá não saía nada, que ali não se produziria nada. O bravo marinheiro voltou para o mar, no navio de 274,5 m de comprimento, um dos maiores construídos no Brasil. E só daquele tipo vamos construir 49”, ressaltou.
O Brasil retomou vários outros setores da economia brasileira, vários outros programas de grande significado. Cito a indústria naval como um simbolismo, para não enxergarmos só o nosso umbigo, senão ficamos olhando só para nós, só para o nosso interesse, só para a nossa questão mais imediata, e não olhamos o Brasil. Pois um operário olhou o Brasil no conjunto das necessidades da nossa Nação.
Leia pronunciamento na íntegra:
Senhor Presidente, Srªs e Srs. Senadores, aproveito também para registrar a presença da Deputada Rita Camata, Liderança capixaba e feminina do Congresso Nacional.
Sr. Presidente, o PCdoB, na questão do Ficha Limpa, não tem problema, porque seus candidatos já são ficha limpa. Então, não tem muita dificuldade em votar esse projeto. Votamos unanimemente na Câmara e não posso dizer unanimemente no Senado porque infelizmente o PCdoB só tem um Senador. Então, o seu Senador votará esse projeto com a tranquilidade de uma boa discussão na nossa Bancada, de que não temos nenhum empecilho, nenhum problema. Quanto mais rigor na escolha dos candidatos pelos Partidos, melhor para os Municípios, Estados e para o nosso País.
Em relação aos aposentados, temos que ter a tranquilidade, a paciência e a disposição que tem sido apresentada aqui no nosso plenário, pelo ex-Deputado e Senador Paulo Paim.Essa é a característica. Temos paciência, tranquilidade e vamos ganhar essa parada.
E não posso dizer unanimemente no Senado, porque o PC do B só tem um Senador. Então, o seu senador votará esse projeto com a tranqüilidade de uma boa discussão na nossa bancada e que não tenhamos nenhum empecilho, nenhum problema, quanto mais rigor na escolha dos candidatos pelos partidos melhor para os municípios, para os Estados e para o nosso País.
Em relação aos aposentados nós temos que ter a tranquilidade, a paciência e a disposição que tem sido apresentado aqui no Plenário, pelo ex-Deputado e Senador Paulo Paim. É essa característica, nós temos paciência, temos tranqüilidade, e vamos ganhar essa parada, nós não vamos perder essa parada nós vamos ganha-lá.(palmas.)
Da mesma forma votamos na Câmara os nosso doze deputado, aqui o Senador do PC do B, votará com a proposta de recompor os salários dos aposentados, não só porque são os aposentados, mas principalmente porque é uma questão de justiça com esses trabalhadores que se dedicaram ao nosso País. E mais! Esses recursos ficam no Brasil. Quando você aumenta os juros uma boa parte docs que têm tido do Governo, que são corrigidos pela taxa Selic, esses recursos são do exterior, esses títulos estão nas mãos de bancos e de investidores estrangeiros, que especulam com os títulos brasileiros.
Então, eles estão ganhando lá fora, fábulas montanhas que nós não conseguimos enxergar o seu topo, o dinheiro dos aposentados majoritariamente fica aqui, majoritariamente, é usado para fortalecer à indústria. É usado para fortalecer a indústria farmacêutica, os exames etc., principalmente. Então, sinceramente, não há o que discutir desse ponto de vista. Esses recursos ficam no Brasil; o máximo que o aposentado com esse dinheiro pode passear é no seu Município, no seu Estado, sair de São Paulo para visitar o Ceará, ou para visitar o Acre, ou para visitar Rondônia, ou para ir ao Rio Grande do Sul, Roraima, não vai gastar esse dinheiro comprando dólar para ir para o Exterior, normalmente um ou outro o fará por outros meios, não com esse dinheiro da aposentadoria. Por isso, fiquemos tranquilos em relação a essas questões.
Ainda temos o fator previdenciário, que é uma batalha conjunta que vamos examinando a quantidade de força que temos acumulada para ver se dá para levar tudo, mas uma coisa é fato: a correção nós vamos levar de qualquer jeito.
Mas o assunto de que quero tratar, Sr. Presidente, é um outro que está associado a este debate: são as condições em que se encontra o Brasil, condições especialíssimas.
No Brasil hoje nós podemos falar em recompor salários de aposentados ou salário mínimo, que era uma migalha e que agora compra alguma coisa de fato, podemos falar porque nós acertamos um passo. O Brasil acertou o passo e acertou o passo com o trabalhador. Foi exatamente um trabalhador, um operário, que acertou o passo do Brasil. O Brasil estava sendo desmontado; serviço público, aposentado, operário, nada disso tinha valor; agora têm, têm valor porque tem emprego. Este mês mais um recorde de geração de empregos no Brasil, e devemos…
E devemos chegar, só este ano, a 2,5 milhões de empregados com carteira assinada. É, no mínimo, um salário mínimo. Isso é um êxito importante para o Brasil, porque está-se desenvolvendo. As nossas regiões estão-se desenvolvendo. Começam a ter um projeto mínimo de Brasil, um projeto nacional, um projeto do conjunto da nossa Nação. Diziam que o estaleiro de Pernambuco era um estaleiro…
(Interrupção do som)
O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB – CE) – Sr. Presidente, mais 10 minutos e liquido essa fatura…
Sr. Presidente, diziam que era um estaleiro virtual! Que de lá não saía nada, que ali não se produziria nada. João Cândido está no mar, bravamente. O bravo marinheiro voltou para o mar, no navio de 274,5 m de comprimento, um dos maiores construídos no Brasil. E só daquele tipo vamos construir 49! Se recompõe a indústria naval que tinha sido liquidada. Tinha sido acabada com o tal do neoliralismo e com a ideia de o Estado, ineficaz e incapaz, não devia se meter em nada. Resultado: retomamos a indústria naval. E retomamos vários outros setores da economia brasileira, vários outros programas de grande significado. Cito esse para simbolizar o curso vitorioso que nós estamos vivendo na atual quadra, meu caro Senador Wellington Salgado, V. Exª que acompanhou toda essa trajetória desses últimos anos, olhando de Minas Gerais. E eu imagino se Minas Gerais vai deixar de votar numa Presidente para votar num vice.
Mineiro olha assim e diz: “Eu quero votar em Presidente”. Vai votar em Vice, não é verdade? Penso mais ou menos assim.
A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – Nem sou mineira e penso assim.
O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB – CE) – A Senadora Ideli, que não é mineira, acha que deve ser assim. Imagina…
Então, cito a indústria naval como um simbolismo, para não enxergarmos só o nosso umbigo, senão ficamos olhando só para nós, só para o nosso interesse, só para a nossa questão mais imediata, e não olhamos o Brasil. Pois um operário olhou o Brasil no conjunto das necessidades da nossa Nação! Cito isso como exemplo.
E é por essa razão que o Presidente Lula tem um firme pé no Brasil e pode, com o outro, caminhar pelo mundo afora e começar a dar opinião onde muitos consideram que ele não deve dar opinião, nem o Brasil deve dar opinião, porque ali é lugar dos outros. Só quem pode dar opinião sobre determinadas questões é o Império. Só o Império pode falar. Mas aparecem outros na cena internacional, e aparece uma figura como Lula, que vai ao Irã.
E olha o esforço midiático que foi feito nessa última semana.
Todas as grandes revistas dos figurões brasileiros e de seus articulistas montaram as matérias dizendo: “Não vai dar certo. A visita do Lula ao Irã vai ser um fracasso. O Brasil não tinha que se meter nisso. Devia ter caído fora disso. Isso não é para o Brasil. Isso é para os americanos, para os franceses, para os ingleses, gente fina, gente sabida, instruída. O Brasil não tem que se meter”. Esse foi o tom das revistas que foram publicadas e que circularam.
As revistas felizmente fracassaram. Prenuncia-se a possibilidade de um acordo, chancelado pelo Presidente do Brasil e da Turquia, que é uma grande Nação e já foi imperial também. Talvez ela tenha direito, porque já foi Império. Pode ser que os turco-otomanos tenham direito e que o Brasil não tivesse. Mas agora tem: Lula entrou e abriu o caminho de debate e negociação na cena internacional. O que isso dá de inveja em alguns poucos! Os verdadeiros brasileiros que têm consciência e sabem da importância do Brasil estão aplaudindo.
(Interrupção do som.)
O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB – CE) – Vou concluir, Sr. Presidente, de uma vez por todas. Eles estão aplaudindo, porque sabem que é importante uma Nação continental, grande, forte, com grandes perspectivas para seu povo dar opinião sobre o mundo e dizer para o mundo:
“Nós, sim, queremos a paz. Não queremos tomar o território do Iraque e seu petróleo. Não queremos tomar o petróleo do Irã.
Não queremos desestabilizar as civilizações A, B, C ou D. Queremos a paz, porque a paz interessa ao progresso, ajuda o desenvolvimento do Brasil, da América Latina e do mundo, garante dias melhores para o conjunto da população e não apenas para meia dúzia de cidadãos.”
Por isso, Sr. Presidente, quero reafirmar esta opinião de que estamos construindo em conjunto com a base do Governo no Congresso Nacional e na cena política brasileira. Vamos manter esse caminho. Vamos, sim, alargar mais essa estrada de desenvolver o Brasil, que, desenvolvido, terá condições de ajudar a América do Sul e a América Latina e dar opinião sobre o mundo.
e dar opinião sobre o mundo. Acho que é esse caminho, sem perder de vista as nossas questões particulares.
Eu e Paim estivemos hoje no encontro promovido pelo Fórum Sindical, 2º Encontro. Lá defendemos uma questão difícil, Paim, de ser defendida. Tem gente que defende umas coisas, mas quando chega na questão central começa a ratear, que é a redução da jornada de trabalho de quarenta e quatro para quarenta horas.
É um projeto de minha autoria e desse companheiro que está aqui, o Paulo Paim. Está tramitando na Câmara, está para ser votado. Vamos votar! Nós topamos. Não quero nem saber qual vai ser o resultado. Eu topo votar, de qualquer jeito. É aqui. Reduzir a jornada de trabalho, para que mais pessoas possam trabalhar. Mais e melhor. Essa questão é mais difícil, porque essa bate aqui tête-à- tête. Reduzir a jornada de trabalho é estratégico para o futuro do nosso País e do mundo. Nós devemos nos equalizar aqui.
Mas é mais difícil, porque parece que aqui se confrontam mais o capital e o trabalho, e muita gente corre, com medo. Muita gente tem medo, muita gente receia, muita gente gosta das coisas nas quais você pode, aqui e acolá, levantar um aspecto mais demagógico, fazer uma onda. Mas aqui não tem como fazer onda. Redução da jornada de trabalho! Entendeu? Aqui é o enfrentamento mais aguçado, para distribuir a riqueza produzida com os ganhos de produtividade.
Quando surgiu a máquina a vapor, os trabalhadores pensaram em quebrar as máquinas. Mas ao raciocinarem melhor, disseram: reduzir a jornada de trabalho. E conseguiram reduzir a jornada de trabalho e impedir o trabalho das crianças de cinco anos de idade e impor o trabalho aos quinze anos de idade. Hoje ainda se fala. Hoje ainda se fala no Brasil de trabalho aos 16 anos, de 17 anos quando a produtividade, as máquinas, o engenho, a ciência e a tecnologia já disseram para nós que podíamos trabalhar menos e gozar mais a vida, podemos sair da pré-história da humanidade e entrar efetivamente na história com a redução da jornada de trabalho.
É uma bandeira em que peço o apoio de todos da Casa, dos Srs. Senadores para se posicionar e pedir ao Presidente Michel Temer que ponha em votação lá na Câmara. Vamos ter coragem nessa questão da redução.
(interrupção do som)
Essa fala. Já era bandeira do movimento sindical em 88 quando o Centrão se uniu e derrotou as quarenta horas. Pode ser agora novamente. Não é mais possível, com os ganhos, com Internet, com alta tecnologia, com banda curta, banda larga, banda de todo jeito que obriga você a trabalhar inclusive em casa. Você deixa o trabalho na fábrica, chega em casa e ainda tem encomenda pelo computador para você continuar trabalhando em casa.
Então, é hora de uma redução maior e contínua, permanente, da jornada de trabalho. Então, senhores aposentados que aqui estão acompanhando esta sessão, senhores ficha limpa que estão acompanhando esta sessão, a posição do nosso partido, o PC do B é de apoio à ficha limpa, é de apoio aos aposentados e de apoio ao projeto do Senador Geraldo Mesquita, das contas limpas também.
Nós íamos associando tudo isso, Sr. Presidente, porque ajuda o nosso País, melhora a gestão pública na Nação brasileira e tem que ser, sim, bandeira de todos. Obrigado. (Palmas).