As redes sociais da internet mudaram de vez a cara das campanhas eleitorais. Na disputa presidencial da Colômbia não está sendo diferente. O principal expoente de tal fenômeno é o candidato do Partido Verde, Antanas Mockus, que impulsionou sua candidatura pela web e tornou-sesétimo político com mais seguidores no Facebook no mundo todo.
Com o apoio que recebeu nessas redes, o ex-prefeito de Bogotá, de 58 anos, passou – em menos de quatro meses – da lanterna das pesquisas de intenções de voto a um dos favoritos a chegar ao poder.
Em fevereiro passado, Mockus não tinha mais que 3% de apoio, muito atrás do candidato governista e ex-ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, e da conservadora Noemí Sanín. Mas o desgaste da política implementada pelo atual governo e o uso adequado das novas tecnologias, somados à espetacular atividade de seus seguidores nas redes, levou Mockus a passar em tempo recorde a maioria dos adversários.
Seu antecedente nesse fenômeno está em Barack Obama, que, no ano passado, chegou à Casa Branca amparado por uma mobilização sem precedentes através da internet e das redes sociais.
Hoje, Mockus é o sétimo político que mais seguidores tem no mundo no Facebook, com 611.762 \’\’amigos\’\’, segundo o site Facebakers, especialista em estatísticas da rede social. O boom virtual também o coloca como o político com o maior aumento em nível internacional de seguidores mensais (.123) e semanais (.382) no Facebook, e o segundo por dia (.931), superado apenas por Obama.
Nesse campo, é seguido de muito longe pelos outros candidatos. Santos, com quem Mockus está empatado nas sondagens, tem 142.459 pessoas na sua página, e o terceiro é Gustavo Petro, do progressista Polo Alternativo Democrático (PDA), com 125.992. Mais longe ficam o liberal Rafael Pardo, com 15.059, e a conservadora Noemí Sanín, com apenas 9.102.
A campanha de Juan Manuel Santos, que começou a disputa como favorito e foi perdendo espaço, chegou a admitir que menosprezou o uso da internet na campanha e anunciou uma mudança de estratégia.
Apesar de o Facebook, com 9,6 milhões de usuários na Colômbia, ter uma alta capacidade de mobilização, o Twitter aparece como outra das ferramentas mais usadas na campanha. Todos os candidatos, inclusive os que nem sequer aparecem nas pesquisas, têm uma conta no microblog, atualizado várias vezes ao dia com propostas e mensagens pessoais, assim como também acontece no Brasil, onde a eleição ocorre apenas em outubro.
Um desses candidatos desconhecidos da Colômbia, Robinson Devia, do movimento A Voz da Consciência, é o mais ativo, com mensagens a cada minuto, enquanto Petro é um dos mais dinâmicos no contato com os seguidores.
Mas Mockus também é o líder no Twitter, com 37.463 seguidores, à frente de Petro (.103), Santos (.269), Pardo (.777) e Sanín (). No terceiro eixo da corrida virtual estão as páginas dos candidatos, que, por ser o mais tradicional e conhecido de todos esses recursos, é o mais desenvolvido.
Assim, quase todos os sites oficiais mostram um alto grau de atualização, interatividade, simplicidade na navegação e links com suas contas em Facebook, Twitter, YouTube e outras redes sociais, como Hi5 e Sonico.
De acordo com o último relatório sobre comunicação do governo, a metade dos colombianos tem acesso à internet, parcela que os candidatos buscam conquistar e conseguir, enquanto explicam no Twitter, a desejada vaga na Casa de Nariño, a sede da Presidência.