Sindicalistas e parlamentares venezuelanos estão denunciando que a alta cúpula do empresariado do país está conspirando para organizar ações como as de 2002, que desembocaram num golpe de estado.
As denúncias indicam que um setor empresarial liderado pela Federação de Câmaras e Associações de Comércio e Produção (Fedecâmaras) está fomentando a estocagem de produtos de primeira necessidade com finalidades especulativas de preços para criar um clima de animosidade na população.
Segundo o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Desenvolvimento Social, Oswaldo Vera, a ação busca responsabilizar o governo e gerar descontentamento na população em plena campanha eleitoral. A Venezuela realizará eleições parlamentares em setembro próximo.
Vera acusou em particular o presidente da Fedecâmaras, Noel Alvarez, de tentar atrair trabalhadores venezuelanos ao seu projeto conspirativo com chamamentos ao diálogo e à aliança com a organização patronal. Para Orlando Castillo, porta-voz da Frente Socialista dos Trabalhadores, a organização empresarial está realizando uma campanha de mídia contra o governo e sua política econômica para provocar a desestabilização.
Ele denunciou que os empresários estão fazendo especulação com as divisas adquiridas no comércio exterior. Ainda segundo o dirigente sindical, a Fedecâmaras está atuando como partido político da oposição, mancomunada com a mídia e fazendo um demagógico discurso “democrático”.