Países da Zona do Euro se reúnem domingo para desbloquear ajuda à Grécia


Os ministros das Finanças da zona do Euro reúnem-se domingo para tentar desbloquear a ajuda internacional à Grécia, condicionada a um severo plano de austeridade fiscal exigido pela União Europeia e o FMI e que, segundo o primeiro-ministro Georges Papandreou garantirá a "sobrevivência" do país.

O plano de ajuda a Atenas poderá chegar a 120 bilhões de euros (160 bilhões de dólares) até 2012.

Em troca dessa ajuda, a Grécia deve aceitar um plano de ajuste fiscal para os próximos anos, uma perspectiva que provoca fortes resistências dos sindicatos, que convocaram greve para o próximo dia 5 de maio.

"A conclusão está próxima", declarou um porta-voz da Comissão Europeia pelas questões econômicas, Amadeu Altafaj.

"Estamos próximos de um acordo positivo", corroborou o ministro grego das Finanças, Georges Papaconstantinou.

O acordo será discutido neste domingo, a partir das 14h00 GMT, 11h00 de Brasília, com a presença do líder dos ministros de Finanças da zona do Euro, Jean-Claude Juncker.

Uma vez validada pelos ministros, a ajuda deve, em princípio, ser aprovada por unanimidade por todos os Estados da zona do euro. De acordo com fontes diplomática, o sinal verde poderá ser dado durante a cúpula de líderes de Estado e governo da zona do Euro, entre os dia 7 e 10 de maio.

Contribuinte mais generosa do plano de ajuda (8,4 bilhões no primeiro ano), a Alemanha, relutante até o último momento, informou que o país poderia decidir sobre o desbloqueio da ajuda na próxima sexta-feira, após votação no Parlamento alemão.

A perspectiva de um acordo iminente, depois de semanas, permitiu aos mercados europeus se recuperarem na quinta-feira.

Nesta sexta-feira, o euro ficou acima de 1,33 dólar, enquanto que a Bolsa de Valores de Atenas (Athex), que já havia operado em alta depois do anúncio da aceleração das discussões, subiu 2,22%.

O medo crescente de uma propagação da crise grega a outros países frágeis da zona do euro, como Portugal e Espanha, semeou o pânico nos mercado no início da semana, estimulando os europeus a acelerar as negociações com a Grécia.

O acordo em vista prevê empréstimos da zona do Euro e do FMI num total de 45 bilhões de euros somente no primeiro ano, com 30 bilhões concedidos pelos países da zona do euro.

O ministro alemão de Economia, Rainer Bruederle, afirmou que não será suficiente "assinar o cheque"; a Grécia terá que "fazer seu dever de casa".

O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, exprimiu sérias dúvidas sobre a capacidade de a Grécia reduzir sua dívida pública, prevendo uma próxima reunião "tensa" entre Atenas e seus companheiros europeus.

De acordo com uma fonte sindical grega, Atenas poderia ser obrigada a reduzir seu déficit público a cerca de 14% do PIB em 2009, deixando-o perto de 4%, no final de 2011, e realizar cortes de 25 bilhões de euros nesses dois anos.

"As medidas econômicas que devemos instituir são necessárias (…) para nossa sobrevivência", insistiu o primeiro-ministro Georges Papandréou.

Mas elas já foram contestadas pelos sindicatos que temem que o país mergulhe em recessão, pelo que preparam passeata de protesto neste 1º de maio, além da greve geral da próxima quarta-feira.