Internet no Brasil


A venda de computador teve o maior crescimento nos últimos cinco anos, de acordo com os mais recentes dados da Pesquisa TIC Domicílios. Em 2009, 36% dos domicílios possuíam computador, enquanto apenas 28% tinham o equipamento em 2008. O mesmo ocorreu com o uso da internet cujo acesso do domicílio subiu de 20% para 27%, o que representou um crescimento de 35% no período.
 

Os resultados da pesquisa foram divulgados nesta terça-feira (), pelo Comitê Gestor da Internet do Brasil. Conduzido pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), o levantamento contemplou, pelo segundo ano consecutivo, também a área rural do País, dando continuidade à série histórica de resultados consolidados. O Cetic.br tem entre seus membros o secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, que é vice-presidente do Conselho de Administração.
 

Apesar do número de lares com computador ter atingido o maior nível de crescimento desde o início do levantamento, o acesso à rede não acompanhou este aumento. Desde o início da pesquisa, houve aumento na proporção de domicílios com computador, mas sem acesso à internet, demonstrando que o custo do acesso à rede ainda é elevado.
 

O tipo de conexão mais utilizado nos domicílios é a banda larga, presente em 66% dos lares com acesso à internet. Apesar de se concentrar nos domicílios economicamente mais favorecidos, a taxa de crescimento anual mostra que população com menor renda possui cada vez mais esse tipo de conexão.
 

O estudo também apontou crescimento significativo no percentual de acessos à internet nos domicílios em comparação aos centros públicos pagos, mais conhecidos como lanhouses. Pela primeira vez desde 2007, o acesso residencial, com 48% das menções, ficou à frente das lanhouses, citadas por 45% dos respondentes.

 
“Apesar do menor número no total, o papel desempenhado pelos centros de acesso, tanto pagos como gratuitos, continua sendo de extrema importância para a inclusão digital, principalmente na área rural”, disse o gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa.
 

Governo Eletrônico

Os dados também mostram que cresceu de 25% em 2008 para 30% em 2009 o percentual de internautas que utilizaram o Governo Eletrônico nas áreas urbanas do País. Apesar do uso dessas ferramentas ter dobrado entre 2005 e 2009 nestas localidades, a diferença é expressiva quando considerado o acesso na zona rural onde somente 10% da população usuária de internet utilizou os serviços de governo eletrônico nos últimos 12 meses. A proporção de uso mostra que, para cada usuário de e-Gov no campo, existem três na cidade.
 

Mais da metade (%) dos internautas não-usuários de governo eletrônico diz preferir fazer as consultas ou o contato com os órgãos públicos pessoalmente. Doze por cento afirmam ser uma barreira a dificuldade na hora de usar a internet para entrar em contato com a administração pública, outros 9% declararam que os serviços dos quais necessitavam não estavam disponíveis na internet. Por fim, 8% afirmam que os serviços desejados eram difíceis de serem encontrados nos portais de governo.
 

Os novos resultados confirmam a tendência de aumento da posse das tecnologias de informação e comunicação (TICs) nos domicílios brasileiros, apresentada desde o início da série histórica da pesquisa.  A televisão continua sendo o equipamento mais presente nos lares urbanos, mantendo o índice de 98%, seguido pelo rádio, com 86%. O telefone celular caminha para a universalização nos domicílios brasileiros, presente em 82% das residências nas áreas urbanas e em 78% no total do País.
 

Outro destaque é o crescimento do computador portátil. Entre 2007 e 2008 a posse deste equipamento cresceu 70%, passando de 3% para 5%. Um indicador que chama a atenção é o aumento da presença do telefone fixo nos domicílios. A posse deste equipamento cresceu tanto na área urbana como no total Brasil, atingindo, respectivamente, 44% e 40%.
 

De 2008 a 2009, a utilização de serviços de comunicação móvel cresceu 12%. O índice de pessoas que utilizam o plano pré-pago chegou a 90%. Esse número demonstra que o alto valor das tarifas cobradas ainda é elevado para as condições socioeconômicas da população brasileira.
 

Segundo a pesquisa, existe uma disparidade entre os indicadores de posse e uso. Enquanto 75% dos brasileiros declararam ter utilizado um telefone celular, somente 59% possuem o aparelho. “Possivelmente esta diferença aconteça porque os celulares são usados por mais de uma pessoa da mesma família, principalmente em residências de menor renda”, analisou Barbosa.

 
Comércio Eletrônico

Em comparação à última edição da TIC Domicílios, a consulta a preços de produtos ou serviços na Internet cresceu oito pontos percentuais – de 44% para 52% e o crescimento de compra, seja de produtos ou serviços online, cresceu três pontos percentuais – de 16% para 19%.

Dentre os fatores de restrição ao uso do e-commerce, o principal é uma motivação cultural: a maior parte dos respondentes (%) afirma que preferem comprar o produto pessoalmente, alegando que preferem vê-lo antes de concretizar a compra. Ao mesmo tempo, 39% afirmam não ter necessidade ou interesse, e 26% alegam preocupação com a segurança ou privacidade, dado que pode estar associado ao fato de que somente 7% dos usuários de Internet realizam transações online através de seu Internet Banking. Além disso, 22% afirmam não confiar no produto que irão receber.

Todos os resultados da pesquisa estão disponíveis no site do Cetic.