O ex-presidente cubano Fidel Castro aplaudiu hoje o discurso feito domingo passado pelo seu irmão e sucessor, Raúl, que disse que a ilha prefere "desaparecer" antes de ceder a "chantagem" feita pelos Estados Unidos, Europa e pela dissidência.
"Raúl pôs os pingos nos i\’s em vários temas de grande importância. O discurso foi um soco nas entranhas do império (EUA) e de seus aliados cínicos", escreveu o comandante, agora primeiro-secretário do governante Partido Comunista, em sua coluna "Reflexões" .
"Este país jamais será dobrado. Prefere desaparecer antes, como mostramos em 1962", durante a crise dos mísseis, afirmou o presidente de Cuba, Raúl Castro, ao encerrar um congresso do ramo jovem do partido, do qual é segundo secretário.
Na coluna, divulgada pelos meios de comunicação oficiais, Fidel ressalta que seu irmão lembrou então que Cuba "se manteve irredutível" e rejeitou a inspeção do país que Moscou e Washington acordaram, "apesar do incalculável número de armas nucleares apontadas contra a ilha".
"Também não faltou a referência às consequências da desintegração da URSS, que significou a queda de 35% de nosso PIB e 85% do comércio exterior de Cuba, ao que se uniu a intensificação do criminoso bloqueio comercial, econômico e financeiro", acrescentou o comandante.
"Quase 20 anos transcorreram desde aquele triste e nefasto acontecimento", acrescentou Fidel, "no entanto Cuba segue de pé, decidida a resistir. Por isso, adquire especial importância a necessidade de superar e vencer tudo que conspire contra o desenvolvimento são de nossa economia".
Raúl Castro disse no domingo que a situação econômica é muito difícil e "sobram" um milhão de empregados estaduais (um quinto da força de trabalho da ilha).
"Os reacionários, os mercenários, os que bajulam consumismo e recusam o trabalho e o estudo terão cada vez menos espaço na vida pública", alerta o ex-líder.