As cerca de 60 milhões de pessoas que integram hoje o Bolsa Família serão, até 2022, integradas à cadeia produtiva e consumidora do Brasil, ajudando assim a formar o grande mercado interno do País. Essa é uma das principais metas do Plano Brasil 2022, planejamento estratégico que está sendo elaborado pelo governo e que foi apresentado nesta terça-feira (27), em Brasília, pelo ministro chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Samuel Guimarães.
O Plano Brasil 2022 prevê ainda ações em saneamento básico, mobilidade urbana e distribuição de renda, e tem como meta um Brasil sem analfabetismo, desmatamento e pobreza absoluta. O projeto está sendo elaborado em parceria com todos os ministérios e personalidades acadêmicas, ex-ministros, organizações de classe, centrais sindicais e governos estaduais.
Em fase final de elaboração, o plano estabelece metas a serem alcançadas até o ano de 2022, quando será celebrado o bicentenário de independência brasileira. Elevar a participação da Formação Bruta de Capital Fixo no PIB de 17% em 2009, para 23% e aumentar a proporção de empregados com carteira assinada no Brasil de 44% em 2009, para 60% também estão entre as metas.
“Distribuir para crescer e crescer a taxas elevadas para que o nível de bem-estar dos brasileiros aumente”, afirmou Guimarães durante entrevista coletiva. Ele pretende entregar o documento final ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 30 de junho. Enquanto isso, o projeto está disponível no site da SAE para receber sugestões e comentários da sociedade.
Guimarães lembrou durante a apresentação do Plano Brasil 2022 que, hoje, 27% dos brasileiros não têm esgoto sanitário básico e a capacidade de produção dos trabalhadores está prejudicada pela precariedade do transporte público nas cidades. Para melhorar a mobilidade nas cidades brasileiras, Guimarães afirmou que o plano prevê a triplicação da rede de metrôs.
O titular da SAE afirmou ainda que o fim na diferença de renda entre homens e mulheres está entre as metas do plano. “Hoje, temos uma diferença de 40% nos salários dos homens em relação ao das mulheres, que já são maioria em muitos cursos superiores. A igualdade salarial precisa acontecer em 2022”, disse.