Trabalhadores informais de todo o Brasil terão maior chance de inclusão no mercado de trabalho com o lançamento da Rede de Certificação Profissional e Continuada (Certific), que lhes oferecerá a oportunidade de mostrar seus conhecimentos e habilidades e receber uma certificação. Hoje, 22, às 14h, uma cerimônia no Ministério da Educação marca o lançamento da Rede e a posse do Comitê Gestor Nacional do programa.
A idéia é simples. Aquele profissional que domina o seu ofício, mas não frequentou a escola, será submetido a testes de excelência. Os institutos federais de educação, ciência e tecnologia serão responsáveis por atestar o conhecimento dos trabalhadores. Ao interessado, basta ir até uma das 255 escolas que hoje compõem a Rede Federal.
A certificação será feita em várias etapas. A primeira é a entrevista, na qual é traçado o perfil do trabalhador. Depois, serão aplicados testes práticos, que envolvem também avaliações educacionais. Para que um profissional seja certificado, deve atender a alguns pré-requisitos, que envolvem tanto habilidades práticas quanto educacionais.
Caso o trabalhador domine o ofício na prática, mas não saiba ler, por exemplo, será encaminhado a uma escola de educação básica. “Depois disso, receberá a certificação profissional”, explica Luiz Augusto Caldas, diretor de formulação de políticas do MEC. Caso o trabalhador manifeste problemas na área prática, o próprio instituto federal atuará na qualificação.
Calendário – O programa funcionará, primeiro, nas áreas de pesca, construção civil, turismo e gastronomia. A certificação é da competência dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia, a quem cabe estabelecer um calendário próprio para as atividades.
Todo o processo de certificação é gratuito. Os institutos federais, além de atuar como certificadores, podem indicar outras instituições capacitadas para desenvolver essa atividade. “Podem ser instituições privadas que dominem uma determinada área de trabalho, desde que a certificação seja gratuita”, ressalvou Luiz Caldas.
Em quatro estados – São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Mato Grosso – é desenvolvido um projeto-piloto. Este ano, a atividade deve chegar a toda a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.