O Conselho do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz premia terça-feira, dia 09 de março, em sessão solene no Plenário do Senado, as cinco mulheres a serem agraciadas com o diploma na 9ª edição do prêmio.
Este ano serão contempladas a presidente do Movimento em Defesa da Economia Nacional (Modecon), Maria Augusta Tibiriçá; a cantora Leci Brandão; a prefeita de Salgueiro (PE), Cleuza Pereira do Nascimento; a conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Andréa Pachá; e a engenheira Clara Perelberg Steinberg. Também serão homenageadas, in memoriam, a ex-primeira dama do Paraná, Fani Lerner, e, com menção honrosa, a escritora Maria Lygia de Borges Garcia.
O Senador Inácio Arruda faz parte desse conselho, que concede anualmente diploma expedido pelo Senado Federal a cinco personalidades femininas que tenham se destacado por atividades que promovam os direitos e a valorização da mulher. O reconhecimento dessas personalidades pelo Senado estimula a participação feminina na vida pública e confirma a tendência do Brasil de valorizar a mulher na política.
Dentre as agraciadas, vale destacar a trajetória de Maria Augusta Tibiriçá. Nascida em 1917, em São Paulo, começou aos dez anos de idade dedicando-se à campanha contra a hanseníase, promovida por Alice Tibiriçá, sua mãe. Viveu a agitação política da redemocratização do Brasil nos anos 40, participando também da criação da Federação das Mulheres do Brasil. A partir de 1948 empenhou-se ativamente da campanha “O petróleo é nosso”, em prol do monopólio estatal. Juntamente com o jornalista Barbosa Lima Sobrinho, fundou o Movimento em Defesa da Economia Nacional (MODECON), no qual já foi presidente e hoje é coordenadora. Pela sua atuação nos movimentos nacionalistas, ela sofreu coações e prisões na ditadura de 1964.
Já Leci Brandão, nascida no Rio de Janeiro, é cantora e compositora. Filiada ao PCdoB, com carreira consolidada ao longo de mais de 40 anos de atuação, lançou 22 discos de carreira. É integrante do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial /CNPIR, órgão vinculado à Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do governo federal. Além de prêmios em reconhecimento por sua atuação como porta-voz dos diferentes grupos marginalizados, na luta pela transformação social no Brasil, Leci tem estado engajada, desde o início de sua carreira, nos diferentes temas: negros, mulheres, população LGBT, indígenas, professores e trabalhadores de diferentes tipos, população encarcerada, dando expressão nacional a suas lutas.
Bertha Maria Júlia Lutz, que empresta o nome ao prêmio, nasceu em São Paulo, em 2 de agosto de 1894. Ela liderou a luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras, tendo grande participação na aprovação da legislação que garantiu os direitos políticos às mulheres, entre os quais o de votar e o de ser votado.