As obras, que começarão entre o fim deste mês e o início do próximo, levantarão um parque ainda pequeno, com capacidade para 1 megawatt (MW), mas com perspectivas de ampliação, a depender das oportunidades futuras de comercialização da energia. Com previsão para estar em operação até o fim deste ano, a usina já lançará a sua produção no Sistema Interligado Nacional (SIN) através de uma pequena linha de transmissão de 13,8 kilovolts (kV), já que se situa próxima a uma subestação da Companhia Hidroelétrica São Francisco (Chesf). Com isso, será a primeira da América do Sul a ser interligada ao sistema elétrico.
Apesar de a solenidade de entrega da (LI) da usina ser hoje, o documento, que permite que as obras sejam iniciadas, já foi assinado pela Superintendência de Meio Ambiente do Estado (Semace) desde o último dia 16.
Parceria com a Yangli
A usina está sendo instalada com a parceria da chinesa Yingli, empresa que fabrica os painéis fotovoltaicos, utilizados na transformação dos raios solares em energia elétrica. O Governo do Estado participa com o fornecimento da infraestrutura necessária ao projeto e a Prefeitura de Tauá cede o terreno onde será encravada a usina.
São 204 hectares cedidos para o empreendimento, mas, neste primeiro momento, somente uma área de 70 hectares deles será ocupada.
Quando anunciada, em 2008, a MPX previa construir uma usina de 50 MW, com investimento orçado em US$ 250 milhões. O valor, posteriormente, como mostrou o Diário do Nordeste na edição de 15/04/2009, foi considerado caro pelos investidores, que buscavam barateamento dos equipamentos.
"Nós estamos fazendo um esforço no desenvolvimento comercial da usina. Queremos melhorar o custo das placas, que são muito caras ainda. Para se ter uma ideia, a usina solar tem um investimento por quilowatt seis a sete vezes maior que o de uma termelétrica a carvão", explicara o diretor de Negócios e Meio Ambiente da MPX, Paulo Monteiro. O projeto inicial, desta forma, foi revisto, e a ideia agora é ampliá-la aos poucos.
Ampliação já autorizada
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já autorizou a empresa a construir em Tauá uma usina solar de até 5 MW. Qualquer incremento de produção acima dessa capacidade, portanto, precisará de nova outorga na agência.
Este é o terceiro empreendimento energético da MPX – que faz parte do grupo EBX, do empresário Eike Batista – no Ceará.
Térmica a carvão
O primeiro, já em fase avançada de construção, é uma usina termelétrica movida a carvão mineral – considerada a matriz energética mais poluente. A Energia Pecém, como é chamada, terá capacidade de produção de 720 MW em duas fases, e conta com a participação acionária da empresa EDP. A primeira fase da térmica entra em operação em julho de 2011, e a segunda em outubro do mesmo ano.
Além desta, a MPX terá ainda outra térmica, a Pecém II, que será localizada próxima à energia Pecém, mas, desta vez, sem a participação da EDP.
De acordo com o Banco de Informações de Geração da Aneel, existe em operação hoje somente uma usina solar no Brasil, entretanto, ainda em caráter experimental e em uma comunidade afastada da rede de eletricidade. É a usina de Araras, em Nova Marmoré, Rondônia. Ela possui uma capacidade de produção de apenas 0,02 MW, sendo propriedade da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária, portanto, não tem fins comerciais, como é o caso da cearense.