Cordão umbilical


Quando se fala em doação de órgãos ou de sangue, agilidade e tecnologia fazem toda a diferença. Para isso, o Ceará estará inaugurando no próximo dia 23 de março dois equipamentos públicos que irão colaborar com pacientes na fila de espera por um transplante de medula óssea, ou uma transfusão de sangue: o banco público de sangue cordão umbilical e a maquina de irradiação sanguínea.

No Ceará, 27 pessoas esperam por um transplante de medula óssea. No ano passado, foram realizados apenas sete transplantes em pacientes do Estado e, este ano dois. Mas agora, segundo a diretora do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), Luciana Carlos, essa realidade irá mudar. "Podemos até zerar a fila de espera por medula óssea", frisa.

Tudo isso, devido a inauguração do prédio onde vai funcionar o primeiro banco público de sangue de cordão umbilical do Nordeste. A expectativa, é que o banco comece a funcionar até julho deste ano. As obras do prédio estão em andamento desde julho de 2009, na sede do Hemoce em Fortaleza e a unidade faz parte de um projeto da Rede Brasilcord, do Ministério da Saúde, que está formando um conjunto de bancos de sangue de cordão umbilical e placentário para atender a demanda de transplantes de medula óssea e pesquisa de células embrionárias.

Atualmente, segundo a assessoria de imprensa do Hemoce, o sistema já conta com quatro bancos instalados, no Rio de Janeiro, em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto. A meta é armazenar cerca de 50 mil cordões umbilicais nos 12 bancos que passarão a formar a Rede, número considerado ideal para, junto com o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), suprir a demanda de transplantes no Brasil.

No Ceará, segundo Luciana, o banco terá capacidade inicial de armazenar quatro mil recipientes com sangue de cordão umbilical. A inauguração do prédio é o primeiro passo, em seguida serão capacitados os profissionais que irão coletar, congelar e armazenar o material para dar inicio as atividades.

Ela diza que, o processo irá aumentar a possibilidade de realização de transplantes de medula óssea no Ceará, já que é a Brasilcord é um rede nacional. "Se eu tenho o Brasil inteiro disponível ao meu paciente, as chances de encontrar doador compatível são bem maiores.

Irradiação sanguínea

A outra novidade que chegará ao Ceará, no dia 23 de março, trará benefícios aos pacientes imunodepimido, ou seja, que apresentem o sistema imunológico debilitado. Segundo Luciana, estas pessoas precisam receber sangue com ausência de leucócitos, caso contrário, podem apresentar reações adversas ou chegar ao óbito.

No Ceará, a irradiação ainda é aplicada de forma inadequada e arcaica, mas com a aquisição de um novo equipamento capaz de irradiar o sangue e destruir os leucócitos, a realidade desses pacientes irá mudar. Com essa tecnologia, vamos melhorar tanto em qualidade, como em quantidade do nosso sangue. Além de poder armazenar um maior número de bolsas sanguíneas", ressalta.

Segundo a assessoria de imprensa do Hemoce, no ano passado em todo o Estado foram irradiadas 218 bolas de sangue e com o aparelho poderão ser realizadas dez irradiações por dia. Conforme a diretora do Hemocentro, os pacientes que mais precisam desse serviços são: recém nascidos prematuros, ou de baixo peso; portadores de imunodeficiência congênitas; transplantados de medula óssea, coração, e pulmão; pacientes anêmicos, ou precisam de transfusão intrauterina.

Fique por dentro
Vantagens

No Ceará, segundo a assessoria de imprensa do Hemoce, há 54.420 doadores de medula óssea cadastrados. A meta é atingir 100 mil até o fim do ano. De acordo com o hematologista Emmerson Eulálio, da equipe de transplantes do órgão, a chance de um transplante medular de doador desconhecido dar certo é uma em 100 mil, por isso a necessidade de mais doadores.

Diante dessa realidade, o médico explica que, entre as vantagens do sangue do cordão umbilical, está o fato de o doador não precisar ser 100% compatível com o receptor. Além disso, a rejeição é menor devido à imaturidade das células.

De acordo com ele, a coleta só pode ser feita após o parto, no momento em que a placenta ainda está dentro do útero. O médico ressalta que o banco público vai ser ampliar o número de pacientes transplantados.

Ele vai funcionar em parceria com a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand e o Hospital Geral César Cals (HGCC).

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