O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, informou nesta terça-feira () que o total de caatinga desmatado no Brasil saltou de 43,38% em 2002 para 45,39% em 2008, o que significa que 16.576 km² de vegetação já foram extraídos. A área equivale a onze vezes o tamanho de São Paulo, a maior cidade do país. Entre 2002 e 2008, a taxa média de desmatamento foi de 2.763 km² por ano.
Segundo mapeamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a área da caatinga é de 826.411,23 km². A precisão na identificação dos desmatamentos foi de 98,4%.
Em verde, a vegetação; em bege, o desmatamento ocorrido antes de 2002; e em vermelho, os novos pontos de desmate (entre 2002 e 2008). Fonte: Ibama
Para o ministro, os números são "assustadores". "É muito. Isso tem de ser reduzido", disse. "Podemos dizer que equivale proporcionalmente à área desmatada na Amazônia, se considerarmos que a Amazônia é cinco vezes maior que a Caatinga".
Os Estados que mais desmataram foram a Bahia e o Ceará. Juntos, eles desmataram quase 9.000 km² em seis anos. Em terceiro lugar veio o Piauí, com 2.586 km² no mesmo período.
Desmatamento na Amazônia
A devastação da Amazônia somou 247,6 quilômetros quadrados em outubro e novembro do ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
A desmatamento, segundo o ministério, provocou a emissão média de 25 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano durante esse período.
Minc destacou que o desmatamento da caatinga é pulverizado, o que significa que não se concentra em uma determinada área, o que torna mais difícil combatê-lo. Entre as principais causas do desmatamento da caatinga estão o uso da mata nativa para lenha e carvão e o avanço de polos agrícola e pecuário.
O ministério pretende mapear cinco biomas brasileiros –Cerrado, Caatinga, Pantanal, Pampa e Mata Atlântica– no prazo de um ano. As imagens devem apontar mudanças na cobertura vegetal do país.