Uma semana e meia depois da série de terremotos e tsunamis que ocorreram no Chile desde o último dia 27, todos os brasileiros que queriam retornar para casa já conseguiram. A informação é do embaixador do Brasil no Chile, Mario Vilalva.
Segundo o diplomata, a situação já está normalizada. Dos 700 brasileiros, 150 viajaram em voos da Força Aérea Brasileira (FAB) e os demais retornaram em aviões comerciais.
“Tentamos ajudar a todos que queriam voltar para casa e acho que conseguimos. Inicialmente, houve um pânico natural porque no Brasil as pessoas não estão acostumadas com terremotos”, afirmou Vilalva. “Depois do primeiro tremor mais intenso [que atingiu 8,8 de magnitude na escala Richter no dia 27] muitos vieram até a embaixada, outros foram ao Consulado do Brasil e vários telefonaram.”
Para atender os brasileiros, o embaixador montou um esquema de plantão, inclusive no fim de semana. Ele informou que as demandas variaram desde pedidos para retornar ao Brasil até orientações sobre problemas de saúde, uma vez que algumas pessoas ficaram sem medicamentos. “Temos médicos que atendem a embaixada e ao consulado e que deram assistência para quem estava no Chile só de passagem”, disse.
O próprio Vilalva e a família dele foram atingidos pelos efeitos do terremoto. A residência oficial do embaixador teve parte da sua estrutura destruída: despencou a claraboia, as paredes racharam e os azulejos se soltaram. Segundo o diplomata, a casa do século 19 havia resistido a tremores anteriores, mas desta vez foi abalada.
"O tremor do dia 27 foi tão forte que a primeira reação que se tem é perguntar o que está acontecendo e sair correndo para um lugar seguro. Foi exatamente isso que eu e minha mulher fizemos”, disse Vilalva. Segundo especialistas, o terremoto de 8,8 graus de magnitude durou cerca de três minutos e atingiu as regiões Central e Sul do Chile.
Desde o último dia 27, o país vive um processo de reconstrução depois de ser atingido pelo pior terremoto dos últimos 50 anos. Oficialmente, os dados são de que 497 pessoas morreram e 2 milhões foram atingidas. Há 1,5 milhão de pessoas desabrigadas, ainda existem cerca de 800 chilenos sem água. A população ainda enfrenta falta de energia e problemas de comunicação por telefone e internet.