Morte de dissidente é resultado de relação com EUA, diz Raúl Castro


O presidente de Cuba, Raúl Castro, disse nesta quarta-feira em Havana que a morte do preso politico Orlando Zapata Tamayo é resultado da relação do país com os Estados Unidos.

A morte de Zapata, de 42 anos, ocorreu na terça-feira após uma greve de fome de 85 dias.

Desde que ele foi preso em 2003, a organização internacional de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional classificava Zapata como "prisioneiro de consciência", mas Cuba considerava ele e outros prisioneiros dissidentes como "mercenários" a serviço dos Estados Unidos.

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"Lamentamos muitíssimo (a morte). Isso é resultado dessa relação com os Estados Unidos", disse Castro, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visita Cuba.

Críticas

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Castro disse ainda que muitos outros cubanos também haviam morrido vítimas do que chamou de "terrorismo de Estado", que seria, segundo ele, praticado pelo governo americano.

O líder cubano disse também que nunca "assassinou ninguém".

"Não assassinamos ninguém, aqui ninguém foi torturado, mas sim na (vizinha, de posse americana) base de Guantánamo, não em nosso território."

Ele disse ainda que está disposto a discutir com o governo americano "todos os problemas que eles tiverem".

"Repito três vezes, todos, todos, todos. Mas não aceitamos se não for em absoluta igualdade."

Castro criticou ainda a imprensa que "só publica o que os donos querem".

"Aqui não há uma máxima liberdade de expressão, mas se os Estados Unidos nos deixarem em paz, poderá haver", disse.

A imprensa noticiou que um grupo de cerca de 50 dissidentes cubanos detidos teria preparado uma carta na qual pediriam para que o presidente Lula intercedesse em seu favor durante encontro com Castro.

Lula não quis comentar o assunto, mas o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, disse a jornalistas que nem o governo nem a embaixada brasileira receberam a carta.