Inácio reafirma defesa das 40 horas semanais


O senador Inácio Arruda, autor da PEC 231/95 que propõe a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, considera um equivoco modificar o texto já aprovado pela comissão especial da Câmara dos Deputados, como propõe o presidente da Casa, deputado Michel Temer. Em reunião com os representantes das centrais sindicais, Temer cogitou a possibilidade de fazer uma redução gradativa da jornada de trabalho, inicialmente para 42 horas.

Segundo Inácio, "os avanços tecnológicos, nos quais se investem bilhões, vêm permitindo ganhos de produtividade excepcionais, que precisam se materializar também junto aos trabalhadores, sob a forma da redução da jornada”.  Ele não concorda com o argumento de que a redução terá impactos sobre o custo do trabalho. “Este custo é muito pequeno no Brasil. Portanto o país já tem condições de reduzir a jornada para 40 horas", garante o Senador.

 
Reuniões

Durante todo o dia de ontem (09.02), o presidente da Câmara, Michel Temer, esteve tratando deste assunto em reuniões com empresários e trabalhadores. Os representantes de seis centrais sindicais (CTB, CUT, Força Sindical, CGTB, Nova Central e UGT) intensificaram a pressão pela votação da PEC 231/95, que reduz a jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais. Já os empresários tentavam evitar qualquer mudança nas leis trabalhistas do país. Eles deixaram claro que não aceitam a proposta dos trabalhadores.

Durante a reunião com as centrais, o presidente da Câmara chegou a cogitar um acordo que garantisse a redução gradativa da jornada de trabalho — inicialmente para 42 horas —, mas a proposta foi prontamente refutada pelos líderes sindicais. “Nem sequer discutimos essa possibilidade”, afirmou Wagner Gomes, presidente da CTB.

Diante do resultado da reunião, as centrais sindicais pretendem agora contar com a mobilização popular, em todos os estados, para garantir que a Proposta de Emenda Constitucional seja levada à votação na Câmara dos Deputados o quanto antes. “As centrais vão continuar com a pressão, sem dúvida. Por meio dela faremos com que a votação seja colocada na pauta”, disse Wagner Gomes.