Chávez nega denúncia feita pela Colômbia de invasão por militar venezuelano


O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, considerou um "descaramento" a versão difundida pela Colômbia sobre a expulsão de um soldado daquele país que teria ingressado de forma não autorizada em território vizinho.

O anúncio sobre a invasão foi feito na quinta-feira. De acordo com informações divulgadas pelo governo de Álvaro Uribe, o homem detido estaria portando um fuzil e foi devolvido às autoridades venezuelanas.

Em seu programa Alô presidente, Chávez classificou a versão difundida sobre o caso como "uma coisa sem vergonha de nenhum tipo".

O presidente afirmou que o funcionário da Guarda Nacional Bolivariana foi levado por contrabandistas ao território vizinho em uma lancha, e que Bogotá o acusou de estar fazendo ações ilegais apesar de ter ciência dos fatos.

"Então vem (…) a Colômbia, sabendo da verdade, e diz que retornaram um guarda nacional que estava fazendo operações (…). Rambo, pois. A isso chega o governo de Uribe", ironizou.

O chefe do Comando Regional 9 da força policial venezuelana, Orlando Mijares, já havia desmentido no sábado a denúncia das autoridades colombianas. Segundo ele, o soldado detido fazia uma revista em uma embarcação localizada em um rio fronteiriço quando o condutor arrancou a lancha e a levou ao outro lado do rio.

Devido ao caso, a Chancelaria de Uribe solicitou à Venezuela o início de "uma investigação interna sobre o incidente protagonizado por um integrante da Guarda Nacional Bolivariana" que, de acordo com a nota, foi capturado e "disparou [sua arma] a partir de território colombiano".

As relações diplomáticas entre Caracas e Bogotá estão congeladas desde julho do ano passado, quando Uribe acusou Chávez de contrabandear armas para guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Além disso, a Venezuela questiona um acordo militar assinado em outubro pelo governo vizinho, que permite o envio e a presença de até 1.400 oficiais norte-americanos em sete bases situadas em território colombiano durante uma década.

As tensões se intensificaram nos últimos meses devido a acusações sobre a presença de espiões e incursões ilegais.

Na semana passada, Bogotá denunciou que um helicóptero militar venezuelano havia invadido seu espaço aéreo e sobrevoado a cidade de Arauca, onde está localizada uma base militar. O acontecimento foi negado pelo governo vizinho.

Em dezembro, Chávez também denunciou incursões não autorizadas em seu espaço aéreo. Segundo ele, as ações teriam sido promovidas pelos Estados Unidos com o apoio da Colômbia.