Chávez empossa novo vice-presidente e nomeia novos ministros


O presidente venezuelano, Hugo Chávez, nomeou nesta terça-feira o novo vice-presidente do Governo, Elías Jaua, e os ministros de Cultura e Turismo, Farruco Sesto e Alejandro Fleming, respectivamente. Chávez anunciou os nomes durante a comemoração do 11º aniversário de sua chegada ao poder, após vencer as eleições em dezembro de 1998.

Jaua foi designado vice-presidente por Chávez em 26 de janeiro em substituição a Ramón Carrizález, que renunciou ao posto por "razões pessoais" assim como a sua mulher, a ministra do Ambiente, Yubiri Ortega.

A posse ocorreu no Teatro Teresa Carreño da capital e foi transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão.

"Escolhi Elías porque ele faz parte da revolução desde muito jovem e foi um líder estudantil com uma trajetória transparente, de honestidade, com vocação para o trabalho em todos os cargos que ocupou", elogiou o presidente.

Além da vice-presidência, Jaua continuará à frente do ministro de Terras e Agricultura.
Minutos depois, Hugo Chávez indicou como novos ministros de Cultura e Turismo, a Farruco Sesto e a Alejandro Fleming, respectivamente. Sesto ocupou diversos cargos nos Governos de Chávez, entre eles, os ministérios de Habitação e de Cultura, à qual agora retorna substituindo Héctor Soto.

Fleming, que substitui Pedro Morejón à frente do Turismo, desempenhava até o momento o cargo de vice-chanceler para as Relações Exteriores com a Europa. Durante o ato, Chávez "agradeceu os esforços" dos ministros e deu às "boas-vindas" aos novos membros do primeiro escalão.

Na semana passada, o presidente venezuelano anunciou a nomeação de um novo ministro da Defesa, o militar Carlos Mata Figueroa, que ainda não foi empossado. Igualmente, na semana passada, o líder venezuelano colocou à frente do Ministério do Ambiente, Alejandro Hitcher, em substituição de Yubiri Ortega.

11 anos

Durante a solenidade, Chávez lembrou que tem 55 anos de idade e brincou que aos 66 estará a 22 no poder, mas que seria "demais" chegar aos 77 anos na Presidência, totalizando 33 de Governo.

"Completamos hoje 11 anos. É uma criança ainda o nosso Governo, é uma menina ainda nossa revolução!", exclamou.

Em um balanço de seu Governo, Chávez disse que "ressuscitou o socialismo na Venezuela bolivariana" e que também "ressuscitou o projeto de Cristo libertador".

"O verdadeiro e único Cristo é o socialismo ressuscitado aqui", reiterou, ao justificar que ignora os que dizem o contrário e o acusam de ambicioso.

Chávez ressaltou que pode se vangloriar e dizer "sem rubor" que em seus 11 anos como chefe de Estado levou a uma Venezuela "independente", mas que "a independência não é o único bem alcançado".

Neste contexto, atribuiu ao seu Governo conquistas governamentais "na política, economia, social, educação, saúde, emprego, renda, bem-estar, científico e tecnológico", e disse que também em política internacional a "Venezuela foi bem-sucedida".

Em alusão às manifestações ocorridas nas últimas semanas entre entidades estudantis, Chávez pediu aos seus seguidores que enfrentem seus opositores "nas ruas".

"Chamo o povo às ruas, as ruas são do povo e não da oligarquia", manifestou e repetiu o que assinalou ao jurar pela primeira vez o 2 de fevereiro de 1999: "os que queiram pátria, venham conosco".