Apesar de serem da mesma geração, os candidatos à sucessão da presidente do Chile, Michelle Bachelet, tentam mostrar que são essencialmente diferentes. O candidato da direita, Sebastián Piñeira (Alianza), e o esquerdista Eduardo Frei Ruiz (Concertación) intensificaram os discursos para que os chilenos percebam que representam políticas e ações bem diversificadas. Ambos se esforçam para ganhar a confiança do eleitorado. O item surpresa predomina nestas eleições do dia 17, uma vez que nem especialistas arriscam dizer quem será o vitorioso.
Ex-presidente da República, de 1994 a 2000, Frei Ruiz fez uma campanha que pouco entusiasmou o eleitorado e dividiu a coligação Concertación. Ele foi escolhido o candidato mesmo tendo adversários com mais votos internos. A escolha foi provocada pelo fato de ter um perfil mais para o centro. Foi apontado, durante a campanha, como um personagem frio e pouco carismático.
Porém, Frei tentou mudar, no debate de ontem (11) admitiu que a diferença percentual com Piñeira funcionou como um alerta. Neste segundo turno, ele fez campanha com um tom mais agressivo, criticando a possibilidade de o Chile ter um homem de direita no comando do país.
Já o empresário Piñeira trabalha para se apresentar como um conservador diferenciado dos seus antecessores. É um dos homens mais ricos do país, dono da empresa aérea Lan Chile, da rede de televisão Chile Visión e do time de futebol Colo Colo.
Piñeira concentrou seu discurso na necessidade de mudança. O tom escolhido agradou o eleitorado chileno atraindo votos de todas as classes sociais, contrariando as expectativas dos especialistas, que acreditavam que apenas as classes mais altas votariam nele.