Os Estados Unidos suspenderam nesta segunda-feira (4) a proibição da entrada no país de portadores do vírus HIV, que já durava 22 anos.
O presidente Barack Obama justificou a medida dizendo que a proibição não era compatível com o desejo do país de ser um líder mundial na luta contra a Aids.
Os Estados Unidos serão os anfitriões de uma reunião de cúpula bienal sobre a doença em 2012.
A proibição da entrada de pessoas com o vírus HIV no país foi imposta em meio ao pânico global sobre a doença no fim dos anos 1980.
Ela deixava os Estados Unidos entre um grupo de apenas 12 países, incluindo a Líbia e a Arábia Saudita, que proibiam totalmente a entrada de infectados pela Aids.
Percepção
Segundo o correspondente da BBC em Miami Charles Scanlon, a evolução dos tratamentos e a mudança de percepção pública sobre a doença ajudaram a modificar a posição do governo americano.
Para Rachel Tiven, diretora do grupo de defesa dos direitos dos imigrantes Immigration Equality, a revisão da proibição já deveria ter acontecido há muito tempo.
"A Conferência Mundial da Aids, em 2012, que acontecerá nos Estados Unidos, estaria ameaçada por causa das restrições. Agora ela vai acontecer como previsto", disse ela à BBC.
Em outubro, Obama havia dito que a proibição da entrada de infectados pelo vírus estava "baseada no medo, e não nos fatos".
"Nós lideramos o mundo no que se refere a ajudar a conter a pandemia de Aids, mas ainda assim somos um de apenas uma dúzia de países que ainda impedem as pessoas com o vírus HIV de entrar no nosso próprio país", disse.