A agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (UNRWA) revelou hoje que passa por uma grave crise econômica que poderia obrigá-la a reduzir seus serviços, que chegam a 4,7 milhões de palestinos no mundo árabe.
"A atual crise financeira pela qual a UNRWA passa alcançou níveis sem precedentes, o que poderia ter sérias repercussões", afirmou Adnan Abu Hasna, um dos porta-vozes da agência, em comunicado.
Se esta situação continuar, advertiu, a agência humanitária terá que reduzir sua ajuda, destinada aos palestinos que foram expulsos ou fugiram de casa durante a primeira guerra árabe-israelense, concluída em 1949, e seus descendentes.
O porta-voz disse que o orçamento da UNRWA chegou "a zero" em seus cinco principais lugares de atuação: Jordânia, Síria, Líbano, Gaza e Cisjordânia.
"A crise financeira mundial e a impossibilidade de alguns doadores de aumentar seus recursos à UNRWA, junto com o crescente número de refugiados contribuiu para piorar a situação e reduziu o orçamento", disse Abu Hasna.
O porta-voz disse também que a diretora da organização, Karen Koning Abuzayd, entregou uma carta aos doadores, em um encontro que mantiveram o mês passado, na qual pedia que agissem com rapidez para manter flutuando o orçamento.
Abu Hasna pediu aos países árabes que cumpram seu compromisso de pagar 8% do orçamento, sustentado, principalmente, por contribuições dos Estados Unidos e da União Europeia.
Após o anúncio, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) advertiu sobre a deterioração sem precedentes nos campos de refugiados se a UNRWA reduzir seus serviços.
Essa redução "causaria uma catástrofe humanitária nos campos de refugiados palestinos", disse Zakaria al-Agha, responsável da OLP nesse âmbito.