O Presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), Jia Qinglin, foi recebido nesta quinta-feira () no Senado brasileiro, onde conversou com os Senadores sobre o avanço, nos últimos 20 anos, dos laços de amizade entre os dois países.
Jia Qinglin é um dos mais destacados membros do Partido Comunista Chinês (o quarto na hierarquia do governo) e preside, desde 2002, um organismo consultivo político, o equivalente ao Senado no parlamento brasileiro. A visita oficial, com duração prevista até 30 de novembro, acontece no momento em que a China – desde abril último – tornou-se o principal parceiro comercial do Brasil no mundo.
Jia Qinglin disse que o relacionamento entre os dois países tem uma base política cada vez mais consolidada e que a cooperação econômica e comercial vem alcançando frutos que só tendem a se multiplicar. Ele citou especialmente energia e mineração como dois dos principais itens desse comércio: “Brasil e China desempenham papel cada vez mais importante no concerto das nações e é, com a alegria pelo sucesso por nós alcançado na realização das olimpíadas, que me congratulo com a escolha do Rio de Janeiro para sediar os jogos olímpicos em 2016”, disse ainda o visitante.
Após a visita protocolar no Salão Nobre no Senado, Jia Qinglin participou da abertura da Conferência Relações China/América Latina, realizada no auditório Petrônio Portela no Senado e acompanhada pelo Senador Inácio Arruda.
Jia Qinglin defendeu uma maior aproximação de seu país com a América Latina – em especial com o Brasil – dentro do espírito de cooperação mundial que a China quer desenvolver, em todos os campos, sobretudo em segurança alimentar e defesa do meio ambiente: “Na Conferência de Copenhague em dezembro sobre mudança climática, a China apresentará compromissos para reduzir a emissão de gases tóxicos entre 40 a 50% até 2020 em relação aos níveis de 2005 e pretendemos ainda aumentar a cobertura florestal em quatro milhões de hectares no mesmo intervalo de tempo. Sabemos que haverá muitas dificuldades, mas vamos cumprir”, afirmou.
Ex-prefeito de Beijing durante as Olimpíadas de 2008, Jia Qinglin citou o êxito dos jogos como exemplo da determinação chinesa. Ele também afirmou que a China já superou as metas do milênio estipuladas pelas Nações Unidas nos setores de redução da miséria e de melhorias na educação e saúde: “Hoje, 1,6 bilhão de chineses vivem todos numa situação modestamente confortável”, disse. O representante chinês destacou que a China e a América Latina apresentam complementaridade econômica e tecnológica. Por isso em 2008 a região foi o segundo parceiro comercial da China, com um intercâmbio da ordem de US$ 140 bilhões.
Olhando para o futuro, Jia Qinglin apontou os setores de energia, agricultura, ciência e tecnologia como os mais promissores para as relações entre a América Latina e a China. Disse que os maiores desafios serão combater o protecionismo comercial, manter política externa pacífica e procurar mais estreitamento cultural dentro do princípio da poesia chinesa: "Quem ama o longe, o faz perto", afirmou.