O líder do Sindicato Mexicano dos Eletricistas (SME), Martín Esparza, chamou os trabalhadores do setor para uma "greve nacional", em repúdio ao fechamento da empresa estatal Luz y Fuerza del Centro (LFC).
"Já somos milhões de mexicanos cansados desta política, este movimento tem que alcançar uma greve nacional", disse Esparza, comentando que as manifestações realizadas ontem tiveram grande "êxito".
Os trabalhadores fizeram uma série de passeatas e comícios na capital, Cidade do México. Segundo o líder sindical, os atos continuarão até que seja revogado decreto presidencial que extinguiu no mês passado a LFC.
Com um déficit anual de US$ 2,25 bilhões, a empresa detinha o monopólio do fornecimento de energia elétrica na Cidade do México e arredores e possuía cerca de 44.660 funcionários.
Provisoriamente, a nova empresa responsável pelo serviço será a Comisión Federal de Eletricidad (CFE), também estatal, que já distribui energia elétrica ao restante do país.
Ao ordenar a extinção da estatal, o presidente Felipe Calderón afirmou que a empresa trazia um "custo muito alto" para a economia do país e era um "obstáculo" para o desenvolvimento da região central do México, área em que fornecia energia para cerca de a 25 milhões de pessoas em 82 municípios.
Durante as manifestações de ontem, que contaram com participação de milhares de pessoas, Martín Esparza também pediu a renúncia do ministro mexicano do Trabalho, Javier Lozano.
"Greve, greve, greve. Se não há solução, haverá revolução", gritaram os trabalhadores durante uma das marchas na Praça da Constituição, principal praça da capital do país.
Logo após o decreto presidencial, o governo de Felipe Calderón anunciou a criação de um programa para reinserir no mercado de trabalho os mais de 44 mil funcionários despedidos da LFC.
O programa visa disponibilizar US$ 37,5 milhões como verba para financiar concessões de crédito e bolsas de estudo, mas os trabalhadores ainda não entraram em acordo com o governo, que já ratificou que o fechamento da estatal é irreversível.