O Senador Inácio Arruda manifestou nesta quarta-feira () preocupação com o aumento da presença militar dos Estados Unidos na Colômbia. O país vai receber ao todo sete bases militares norte-americanas, transformando a Colômbia em um verdadeiro centro de operações táticas norte-americano na região.
O acordo, que terá duração de 10 anos, permitirá aos Estados Unidos a manutenção de 1.400 homens, entre civis e militares na Colômbia e contará com investimentos na casa dos 5 bilhões de dólares. A Colômbia é hoje o quinto país em ordem de grandeza com o qual os EUA têm cooperação militar, ficando atrás somente de Israel, Iraque, Egito e Afeganistão.
O Senador cobrou dos parlamentares brasileiros uma reação firme sobre esse tema, pois o Governo já se manifestou contra a presença militar estrangeira na América do Sul, relacionando o ato à criação da Quarta Frota: “O Governo brasileiro precisa receber o apoio do Congresso Nacional, porque não pode aceitar esse tipo de intervenção na América do Sul e na América Latina.
Temos de fortalecer o caminho de que cada país tem o direito à autodeterminação e a preparar a sua própria defesa. Não podemos compactuar com esse tipo de atitude”, argumentou.
Inácio destacou que a realidade mundial vem se transformando na medida em que uma única potência mundial se arma para interferir em qualquer lugar onde seus interesses sejam contrariados: “De forma quase cínica, um responsável pelo empreendimento na Colômbia veio ao Brasil explicando que se trata de uma ajuda humanitária: alguns canhões, aviões de combate, torpedos, mísseis, bombas, bases navais e em terra, com a presença militar americana. Que tipo de ajuda humanitária é essa?”, questionou.
O parlamentar vai levar para a próxima reunião do Parlamento do Mercosul, ainda neste mês de agosto, duas propostas de declaração manifestando o repúdio dos países que compõem o bloco em relação ao golpe de estado em Honduras e à instalação de bases americanas na Colômbia, enfatizando que os episódios nestes dois países estão diretamente relacionados: “ A mesma mão que golpeia Honduras é a que constrói bases militares aqui, na fronteira do Brasil.
Não pode um país achar que ele possa ser o defensor de todos. Não podemos aceitar esse tipo de intervenção nem a manipulação midiática que é trabalhada em relação a esse tema. Nenhuma liderança política deve se acovardar em relação a essa interferência direta do governo norte-americano em outros países da América”, finalizou.