Microempresas


O Brasil pretende introduzir 5.200 micro e pequenas empresas (MPE) no comércio internacional até 2010, informou à Agência Lusa uma fonte do departamento estatal responsável pelo apoio a este segmento empresarial.

"A meta é ampliar o número de indústrias do segmento que representam 2,4% do total exportado pelo país", disse Marta Campêlo, consultora de comércio exterior do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro Pequenas Empresas (Sebrae) no Ceará.

Das três milhões de companhias exportadoras do Brasil, menos de 13 mil são micro e pequenas empresas, segundo o Sebrae, que está desenvolvendo programa para o setor.

Um estudo encomendado pela entidade à Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) revela que as regiões Sul e Sudeste do Brasil concentram 95% das MPE exportadoras, com 82% do valor comercializado.

São Paulo lidera com 47%, seguido por Rio Grande do Sul (2%) e Minas Gerais (6%).

No Nordeste, Ceará e Bahia aparecem com 1,4% e 1,2%, respectivamente, de acordo com o estudo, apoiado em dados de 1998 a 2006, enquanto na região Norte, o Pará responde por 1,9% do total.

A ideia do Programa de Internacionalização das Micro e Pequenas Empresas, já desenvolvido nos estados do Rio e Janeiro e Espírito Santo e que agora chega ao Ceará, é ampliar a participação do segmento no mercado externo "de forma sustentável".

"Ao estimular o ingresso no mercado internacional, também tornamos as empresas mais competitivas no mercado interno", afirmou Campêlo.

Conduzido em parceria com entidades de comércio exterior, o programa prevê cursos, consultorias de comércio exterior e tecnológica, prospecção de mercados na África, Estados Unidos e Europa, além de facilitar a participação das empresas em missões, feiras e rodadas de negócios.

"O nosso objetivo maior é atingir países de língua portuguesa", disse Campêlo, também gerente local do programa, ao adiantar que a expectativa é capacitar 90 micro e pequenas empresas no Ceará.

Neste Estado, as ações incluem os setores de artesanato, confeções, móveis, gráfico e embalagens, cosméticos, petróleo e gás, piscicultura, apicultura, com expectativa de aumentar em 10% a participação no comércio internacional.

"Esse índice está dentro da meta do governo federal de ampliar a base das empresas exportadoras brasileiras", assinalou Campêlo.