O Conselho do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz escolheu nesta quinta-feira () as cinco mulheres, entre 55 indicadas, que serão agraciadas com o prêmio em 2009. A Embaixadora da Boa Vontade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Lily Marinho, e a juíza Sônia Maria Amaral Fernandes Ribeiro receberam seis votos cada uma; a jornalista, atriz e poeta Elisa Lucinda Campos Gomes teve cinco votos e, com quatro votos cada uma, foram escolhidas a secretária-geral do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cléa Anna Maria Carpi da Rocha, e a assistente social Neide Viana Castanha, coordenadora do Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. A ex-primeira dama Ruth Cardoso também foi escolhida por unanimidade pelos senadores do conselho para ser homenageada in memoriam.
As selecionadas receberão o diploma no dia 8 de março de 2009, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher, em sessão especial do Senado.
A presidente do conselho, senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), informou que os currículos das 55 indicadas foram enviados aos senadores do conselho para que selecionassem cinco. A senadora ressaltou que foi difícil fazer a seleção porque todas as mulheres indicadas são "grandes nomes", que desempenham importante papel social no país.
O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que é vice-presidente do conselho, decidiu votar os nomes de forma aberta, apesar de a votação ser secreta. Ele disse que uma de suas escolhidas é Neide Castanha, que classificou como "uma lutadora que percorreu o Brasil, pessoa destacadíssima nos direitos humanos e nos direitos das crianças". Ele também afirmou ter votado na gaúcha Cléa Carpi da Rocha e informou que a escolhida há 30 anos se dedica à defesa dos direitos humanos em várias áreas. Cléa Carpi da Rocha, destacou ainda o senador, também se engajou nos movimentos em defesa da liberdade política no Brasil e pela democratização do país.
Inácio Arruda também ressaltou o trabalho de Júlia Feitoza da Silva Dias, apesar de não ter sido eleita. Ele informou que a indicada defende um modelo ecológico específico para o Brasil, que o senador definiu como "sistema com a cara do Brasil". Ele disse que esse sistema é importante porque os países ricos querem impor ao Brasil sua opinião no que diz respeito à ecologia e modelos de defesa ambiental americanos ou europeus.
Prêmio
O prêmio Bertha Lutz foi instituído pela Mesa do Senado em 2001 como forma de homenagear mulheres de todo o país que tenham prestado relevantes serviços na defesa dos direitos femininos e em questões de gênero. Bertha Maria Júlia Lutz, que dá nome ao prêmio, nasceu em São Paulo, em 2 de agosto de 1894 eliderou a luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras, tendo sido responsável pela aprovação da legislação que garantiu os direitos políticos ao segmento feminino, entre os quais o de votar e o de ser votado.
A atual composição do conselho, além da presidente, Serys, e do vice-presidente, Inácio Arruda, conta com as senadoras Roseana Sarney (PMDB-MA) e Lúcia Vânia (PSDB-GO) e com os senadores Marco Maciel (DEM-PE), Cristovam Buarque (PDT-DF), João Ribeiro (PR-TO), Renato Casagrande (PSB-ES), Sérgio Zambiasi (PTB-RS) e Marcelo Crivella (PRB-RJ).