A criação de empregos cresceu 172,4% de maio para junho e representou o melhor mês da série histórica do Caged
Com 32.364 admissões e 22.801 desligamentos, o Ceará teve um saldo de 9.563 vagas criadas no mercado de trabalho formal durante o mês de junho. Além de representar uma expansão de 1,38% no estoque de empregos, o resultado, em termos absolutos, é o melhor registrado pela série histórica do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), iniciada em 1998.
Conforme os dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho, o número de empregos com carteira assinada foi 172,4% superior ao apurado em maio (.510) e mais do que o triplo na comparação com junho de 2007, quando foram criadas 2.667 vagas. O melhor mês de junho até então havia sido visto em 2004, com 4.778 postos de trabalho gerados.
O Ceará seguiu a tendência do País, que gerou 309.442 vagas em junho, o melhor resultado para um mês na história. O resultado do Estado foi o segundo melhor do Nordeste, inferior apenas ao verificado em Pernambuco (.357 postos).
A expansão foi puxada, sobretudo, pela indústria de transformação (.187 vagas) e construção civil (.434). Após um desempenho ruim em outros meses, a agropecuária iniciou uma recuperação e gerou 1.198 postos de trabalho no mês de junho.
Balanço do semestre
O acumulado de janeiro a junho de 2007 chegou a um saldo positivo de 4.391 vagas no Ceará. Este ano, porém, o resultado foi 138,7% maior, batendo novo recorde: 10.483 postos criados com carteira assinada. Isso representa uma alta de 1,51% no estoque de empregos cearense. Foi o terceiro melhor da Região Nordeste, atrás da Bahia (.155 vagas) e Maranhão (.876).
´O Estado não apenas converteu o desempenho negativo dos primeiros meses, que era um período de ajustamento do mercado, como também aponta condições extremamente favoráveis para o restante do ano, com saldo positivo em todos os setores´, comenta Erle Mesquita, coordenador de Estudos e Análise de Mercado do IDT (Instituto de Desenvolvimento do Trabalho). O destaque maior, segundo Erle Mesquita, foi a indústria de transformação, que passou de 42 vagas em maio para 3.187 em junho. ´O setor está iniciando mais cedo o ciclo de contratação. Desde 2005, fechava o semestre no vermelho e em junho de 2007 ainda estava demitindo´, afirma Mesquita.
Os resultados mais significativos vieram de tradicionais carros-chefes da economia cearense: as indústrias têxtil e calçadista. ´Como são dois segmentos de peso dentro do setor, acabam impactando fortemente no resultado final´, diz Erle Mesquita. A construção civil também teve um bom semestre e passou de 1.610 vagas, no acumulado de janeiro a junho de 2007, para 4.797 em igual período deste ano.
EM UM ANO
Geração de empregos dobrou na Capital
Considerando somente Fortaleza, a expansão no mercado de trabalho formal em junho foi de 3.176 empregos — um aumento de 15,6% acima do registrado no mês anterior e 105% a mais do que em junho de 2007.
O acumulado no ano chega a 10.673 vagas — 22,5% a mais do que no primeiro semestre de 2007. O resultado mostra o peso da capital na geração de empregos. No Estado, o acumulado foi de 10.483 postos.
Com 1.304 vagas, a construção civil foi o setor que liderou a geração de empregos em junho, seguido pelo comércio ( postos) e indústria de transformação (). No acumulado do ano, os destaques foram serviços (.805), construção civil (.769) e indústria de transformação (.368).
Somente o comércio apresentou saldo negativo (-932), apesar da recuperação no mês de junho (). Na avaliação de Erle Mesquita, trata-se do reflexo do processo inflacionário. ´A população está tendo mais cautela no consumo´.
A capital continua sendo a maior geradora de empregos no Ceará, mas outros municípios também tiveram resultados positivos, a exemplo de Sobral (.682 vagas, variação de 5,76% no estoque de empregos) e Horizonte ( postos, alta de 9,78%).