A reativação da Quarta Frota Naval Americana e as estratégias de luta contra a desertificação, a degradação da terra e os efeitos da seca estão na pauta da reunião do Parlamento do Mercosul, que acontece nos dias 28 e 29 de julho de 2008, em Montevidéu, Uruguai. O senador Inácio Arruda, que é membro efetivo, vai reivindicar que os países sul americanos se posicionem, de forma contundente, contrários a essa decisão do governo dos Estados Unidos de, com o objetivo de monitorar mares da América Latina, América Central e Caribe, reativar a Quarta Frota Naval, atitude que, segundo o senador, representa uma afronta a soberania dos países da região e uma potencial ameaça a paz e a segurança dos povos.
Esse debate vem acontecendo também no Senado brasileiro, onde Inácio Arruda já fez vários pronunciamentos reforçando a sua posição contrária a reativação da Quarta Frota. Ele apresentou requerimentos na Comissão de Relações Exteriores para que sejam convidados o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, para discutir o tema.
Desertificação
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a desertificação é o último estágio da degradação do solo e compromete, a cada minuto, 12 hectares de terra no planeta. Ela atinge 28% do território da América do Sul, que pode perder cerca de um quinto de suas terras produtivas até 2025, caso não sejam adotadas medidas mitigadoras adaptadas regionalmente, segundo estimativas da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação.
No Brasil, o processo de desertificação abrange 1.488 municípios dos nove estados do Nordeste. O problema atinge ainda algumas cidades do norte de Minas Gerais e do noroeste do Espírito Santo. A área total sujeita ao processo de desertificação aumentou de cerca de 900 mil quilômetros quadrados em 2003 para 1,34 milhões nos dias de hoje, o que equivale a 15,7% do território nacional, e abriga uma população de 32 milhões de habitantes.
Durante a reunião do Parlamento do Mercosul, na próxima semana, o senador Inácio Arruda vai reivindicar o compromisso dos representantes dos povos dos Estados Partes, com as iniciativas nacionais, regionais e multilaterais de combate à desertificação, desenvolvidas no âmbito do Mercosul e da Comunidade Sul-Americana de Nações. Inácio vai propor ainda que os recursos para o combate aos efeitos da desertificação, oriundos de organismos de cooperação internacional, sejam, prioritariamente, destinados ao apoio da Estratégia e do Plano de Ação do Mercosul. O Parlamento do Mercosul deverá também se posicionar em defesa dos segmentos populacionais menos aquinhoadas que vivem em áreas vulneráveis da América do Sul, como principais agentes e beneficiários dos programas de ação de combate à desertificação.