A regra era chamar atenção. Com blusas laranjas, bandeiras erguidas e apitos, cerca de 50 trabalhadores, segundo a organização, participaram do lançamento da Campanha Nacional pela Redução da Jornada de Trabalho, ontem à tarde, em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza.
Com início na Praça da Estação Ferroviária, os manifestantes seguiram em passeata até a Avenida 5, em frente ao Maracanaú Shopping Center. A manifestação foi organizada pela Força Sindical do Estado do Ceará, Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil no Ceará (CTB) e Central Única dos Trabalhadores no Estado do Ceará (CUT-CE).
Segundo Marta Brandão, coordenadora da CTB no Estado, o movimento já havia sido lançado em março último, em Fortaleza. A intenção, conforme explicou, é sensibilizar a população e chamar atenção para a luta da categoria em prol da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. Isso, contudo, sem haver a redução nos salários.
“Maracanaú concentra uma grande quantidade de fábricas. Com a redução, serão criados mais de 2 milhões de postos de trabalho com carteira assinada em todo o Brasil. Só com mais empregos, o País poderá crescer”, comenta Marta.
De acordo com José Fernandes de Lima, presidente da Força Sindical no Ceará, que congrega 46 sindicatos no Estado e representa 60 mil trabalhadores, “os sindicatos estão todos engajados”. Como detalhou Lima, a campanha nacional busca arrecadar 1,5 milhão de assinaturas para encaminhar ao Congresso Nacional, no dia 28 de maio próximo.
Com o documento, as centrais pretendem pressionar o Congresso Nacional para que seja votada a proposta da emenda constitucional 393 de 2001, de autoria dos senadores Inácio Arruda (PC do B) e Paulo Paim (PT), que estabelece a redução da carga horária.
Para Raimundo Muniz Mendes, secretário de Políticas Sociais da CUT-CE, a mudança na jornada contribuirá, ainda, a qualidade de vida dos trabalhadores. Afinal, com 40 horas, os operários poderão se qualificar, além de dispor de mais tempo de lazer com a família.