O Senador Inácio Arruda conclamou nesta terça-feira () os aposentados a colaborarem na luta contra a política de juros altos. Na opinião do Senador, altas taxas de juros não ajudam o País a crescer e só beneficiam os especuladores. O pedido foi feito durante sessão especial realizada pelo Senado em homenagem aos aposentados do serviço público.
Esclarecendo que pertence à base do Governo e que tem consciência que muitos problemas que o País enfrenta foram herdados de governos anteriores, Inácio afirmou que foi uma vitória do povo brasileiro conquistar um Governo democrático e popular. “Frente às elites conservadoras, reacionárias e de direita no Brasil, a nossa experiência em governar é muito pequena. Eles governam há cem anos ou mais, desde a nossa independência. Esta é a nossa primeira vez”, afirmou.
Para o Senador, o esforço por uma política de juros baixos deve ser conjunto: “Essa luta deve unir aposentados, operários, trabalhadores, de quem está na ativa e de quem já se aposentou, porque é uma luta pelo Brasil. A política de juros altos não ajuda o nosso País. E o Presidente tem de ter essa sensibilidade. Essa dose de juros altos pode ajudar pouquíssimas pessoas que investem em outro setor, não investem para o Brasil crescer”, disse o Senador. “E um dos setores mais ativos no debate, na discussão e na mobilização é o dos aposentados, aqueles que já ajudaram a Nação e têm disposição, têm garra, têm vontade de ver o País dar certo”, avaliou.
Inácio explicou que com o aquecimento da economia, a vida daqueles que trabalham e ganham o seu salário melhora. Mas com a alta de juros, há queda nas taxas de crescimento, retração na economia e aumento do desemprego. “Vira uma situação dramática para todos os aposentados, do serviço público e do regime geral, além dos que estão na ativa e perdem o emprego. Essa é a realidade”, afirmou. “No mundo inteiro, todas as economias estão propondo redução das taxas de juros, e o Brasil resolve não só manter os juros como um dos mais altos, mas aumentá-los mais ainda”, criticou.
O parlamentar disse ainda que, mantendo a taxa de juros baixa e a economia crescendo é possível melhorar a vida dos aposentados de forma geral: “Podemos reforçar a paridade, acabar com o fator previdenciário, com cobrança de inativos, porque tem riqueza sendo produzida. Agora, com o País paralisado, com os juros nas alturas, aí ficamos com nossa capacidade de reivindicar muito menor”, esclareceu.
Além de Inácio, vários outros senadores revezaram-se na tribuna. Há duas semanas, o Senado aprovou dois projetos de interesse de aposentados e pensionistas. Um deles extingue o fator previdenciário, mecanismo que reduz o valor dos benefícios. O outro estabelece diretrizes para a política de reajuste do salário mínimo até 2023 e que estende o mesmo percentual de aumento aos benefícios previdenciários.
A sessão foi requerida pelo Senador Paulo Paim (PT-RS) e contou com a presença de Damasceno de Carvalho, representante dos aposentados e pensionistas do Brasil, Moacir Resende, Secretário-Geral Adjunto da Associação dos Servidores Aposentados e Pensionistas do Senado Federal, Clotilde Guimarães, 2ª Vice-Presidente do Instituto Mosap e Benedito Marcílio, Presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas.