Inácio comenta questão do tratado de Itaipu


O Senador Inácio Arruda considerou significativo o resultado das eleições no Paraguai, onde Fernando Lugo foi escolhido como presidente. Na opinião de Inácio, a eleição de Lugo – chamado de “Bispo dos Pobres” –  confirma a tendência sul-americana de escolher governos voltados para o atendimento das necessidades de seus povos e que se contrapõe às oligarquias regionais e aos representantes do imperialismo contemporâneo. “Com certeza, Fernando Lugo deverá examinar o potencial que seu país tem do ponto de vista produtivo, ainda mais se fizer uma ampla reforma agrária em seu país, que é o que devemos ao nosso povo secularmente, um problema do capitalismo que o Brasil não conseguiu resolver até hoje”, disse.

O Senador comentou o principal item da campanha de Lugo em relação à agenda com o Brasil – o Tratado de Itaipu, que viabilizou a construção da maior hidrelétrica hoje em funcionamento no mundo. O novo presidente paraguaio defendeu a revisão do valor da tarifa e de vários pontos do tratado que constituiu a hidrelétrica, em 1973. Por usar apenas 5% da energia, o Paraguai vende os 45% restantes ao Brasil a um preço fixado em um acordo de 1973, onde os US$ 300 milhões pagos pelo Brasil anualmente são irrisórios quando na realidade deveria pagar entre US$ 1,5 a 2 bilhões.

Inácio defendeu o entendimento entre os dois Países no sentido de encontrar uma solução para o impasse. “O chanceler Celso Amorim considerou justa a reivindicação paraguaia de renegociar o preço da energia comprada do Paraguai.

Fernando Lugo manifestou disposição semelhante e defendeu a racionalidade e a objetividade na negociação”, comentou o parlamentar. “A partir de 2022, o tratado de venda da energia será reexaminado. A parte da energia que é fornecida e que é do Paraguai ele poderá vendê-la a quem quiser. Mas qual é a minha expectativa? É que com o Governo novo o Paraguai possa se desenvolver de tal sorte que não precise vender a sua energia, e sim que ele vá consumir a sua energia”, esclareceu.

O Senador também destacou que, juntamente com a eleição presidencial, os paraguaios puderam escolher pelo voto direto seus representantes para compor o Parlamento do Mercosul, algo que o Uruguai fará em 2009 e o Brasil, em 2010. “Agora, a representação paraguaia é eleita pelo povo para o Mercosul, o que enseja maior força para esse Parlamento regional, fazendo com que ele ganhe fôlego, grande papel e destaque”, avaliou.