União Nacional dos Estudantes recebe homenagem pelo Senado


O Senado aprovou requerimento de autoria do Senador Inácio Arruda para realização de Sessão Solene dedicada à comemoração dos 70 anos de criação da União Nacional dos Estudantes (UNE). Na mesma ocasião, será homenageado também o Centro Popular de Cultura (CPC), pelo 45º aniversário da primeira UNE Volante. “Os principais momentos da história do Brasil contaram com a participação da juventude o que nos dá a certeza de que se for feita uma fotografia da história de luta do povo brasileiro, sempre haverá um estudante, com uma bandeira na mão”, afirma Inácio.


“Homenagear a União Nacional dos Estudantes, assim como relembrar e homenagear o Centro Popular de Cultura, é homenagear a gloriosa história de resistência, força e fé de nossa linda juventude brasileira”, destaca.  A sessão solene está marcada para o dia 04 de julho, coincidindo com a realização do 50º Congresso Nacional da UNE, que será sediado em Brasília.


A UNE surgiu em 13 de Agosto de 1937 e é a entidade máxima e legítima dos estudantes e uma das primeiras organizações brasileiras com dimensão nacional. Nasceu unindo a juventude e relacionando o movimento estudantil com os acontecimentos mais gerais do país.


Entendendo a cultura como um importante instrumento de conscientização política e de reivindicação a UNE, associada com artistas e intelectuais brasileiros toma, na década de 60, duas importantes iniciativas que resultaram numa das principais experiências culturais realizadas no Brasil: a criação do Centro Popular de Cultura (CPC), um projeto ousado, avançado e progressista de popularização cultural e ação política, e a UNE volante, que tinha como objetivo disseminar nos estados, através das chamadas caravanas culturais, o movimento de cultura popular, impulsionando a criação de CPC´s  junto às Uniões Estaduais de Estudantes.


Enquanto funcionou livremente o CPC teve uma intensa atividade. Criou e produziu filmes, peças, shows, livros, discos; promoveu cursos e debates; fundou um selo de discos, uma editora de livros; incentivou a criação de grupos de teatro popular nas faculdades, formados por estudantes que passaram a escrever, dirigir e interpretar os espetáculos. Estendeu suas atividades pelo Brasil através da UNE volante que visitou quase todas as capitais brasileiras.


Com o golpe militar, em abril de 1964, a UNE é colocada na ilegalidade, sua sede é invadida, saqueada e incendiada. O CPC é extinto e junto com ele os caminhos que descortinava para a construção de um projeto de cultura nacional e popular para o país Tem início um período de perseguições, torturas, censura e medo.
Em 1979 a UNE ressurge em Salvador no 31º Congresso, batizado Congresso Honestino Guimarães, o último presidente da entidade que foi preso, torturado e morto pelo regime militar. A partir de então o movimento estudantil retoma plenamente sua atividades e volta às ruas.


Atualmente, a UNE participa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e do Conselho Nacional de juventude. Foi uma das primeiras instituições da sociedade civil organizada a discutir e contribuir com os debates em torno da reforma universitária, proposta pelo Ministério da Educação. Ajudou a criar e participa da Coordenação dos Movimentos Sociais que tem o objetivo de aglutinar propostas para o desenvolvimento do país e para a melhoria da vida dos trabalhadores e encampa nacionalmente a campanha “A Amazônia é do Brasil” em defesa do nosso patrimônio territorial, dentre outras.


Recentemente, num ato histórico e que contou com a solidariedade de artistas, intelectuais, parlamentares e entidades da sociedade civil, retomou o local de sua antiga sede na praia do Flamengo, Rio de Janeiro. Estão lá acampados jovens brasileiros, determinados no desejo de terem de volta sua antiga casa.