Com intervenções em diversos pontos do trecho de superfície e ainda no túnel entre as estações Benfica e São Benedito, no Centro da Capital, a imagem de obra parada do Metrô de Fortaleza (Metrofor) começa, aos poucos, a desaparecer. O ritmo dos trabalhos está sendo garantido pelo maior fluxo de recursos tanto da União como do governo estadual. Este ano, o empreendimento já recebeu R$ 24,22 milhões, sendo R$ 21,26 milhões do governo federal e R$ 2,96 milhões do Estado, elevando o saldo em caixa para mais de R$ 40 milhões.
Até dezembro próximo, independente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ainda para ser aprovado no Congresso, mais R$ 168,21 milhões entre repasses das duas esferas de governo, deverão entrar nos cofres da empresa, com R$ 131,94 milhões da União e R$ 36,27 milhões do governo do Estado.
Os valores referem-se ao saldo remanescente do convênio assinado em novembro de 2005 (R$ 344,5 milhões, com R$ 78,88 milhões pagos em 2006). No ano que vem, o governo federal deverá zerar esta conta, com o envio de mais R$ 112,5 milhões. Contando com recursos do PAC, o Metrofor terá, até 2010, mais R$ 313 milhões, com R$ 132 milhões adicionais a serem equalizados a partir de 2008.
Depois do pinga-pinga de dinheiro dos dois últimos anos, o que manteve as obras paralisadas por todo o ano de 2005, a novidade, conta o presidente do Metrofor, Rômulo Fortes, é o maior empenho do governo do Estado para o repasse das contrapartidas. ´Vamos ter mais verba para poder aplicar, prestar contas e aí o fluxo de recursos federais se acelera, porque tem a questão da paridade´, explica.
De acordo com Fortes, o próprio governador Cid Gomes solicitou informações sobre o valor da contrapartida do Estado para 2007. “Ele próprio intercedeu nesse processo. A tramitação da aprovação do dinheiro já está na Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), garantindo cerca de R$ 36,27 milhões para este ano”, conta.
Metrô deve ser concluído em 2010
As contrapartidas do governo do Ceará para o projeto do Metrofor totalizarão R$ 154,14 milhões até 2010. Segundo o presidente da empresa, Rômulo Fortes, para 2008 os repasses serão de R$ 36 milhões, com mais R$ 36 milhões em 2009 e cerca de R$ 34,06 milhões em 2010, ano em que o metrô deverá estar concluído. ´Esses valores, somado com os R$ 11,81 milhões aplicados em 2006 e os R$ 36,27 neste ano, perfazem o total da contrapartida de R$ 154, 14 milhões. O medo que eu tinha de bloqueio de recursos federais por atraso na contrapartida estadual está deixando de existir, porque o próprio governador está cuidando disso´, asegura.
A tranqüilidade de Fortes também já foi respaldada pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), responsável pelo repasse do dinheiro. ´A CBTU já disse para o Estado não se preocupar, porque apesar de serem muitos projetos, muitos ainda serão licitados e o Metrofor tem todas as chances de deslanchar normalmente. É o único projeto de metrô que está em verde no País, pois não está mais atrasando´, afirma.
Com a retomada do ritmo das obras na linha sul do Metrofor, mas duas frentes de trabalho devem ser iniciadas em junho: o viaduto da Rua Nereu Ramos e a estação da Vila Manoel Sátiro. Em andamento estão o viaduto rodoviário da Rua Maria Gomes de Sá, em Maracanaú; a estação Conjunto Esperança; o trecho em superfície entre as estações de Aracapé e Vila Pery; o elevado de Parangaba e a escavação invertida e laje de fundo do túnel entre as estações Benfica e São Benedito e desta com a de Lagoinha.
Parangaba
Ontem, a direção do Metrofor apresentou os resultados de estudos que envolvem a preservação da Estação da Parangaba. A primeira proposta foi o translado lateral da edificação em 8,95 metros. O investimento sairia em torno de R$ 5,2 milhões. Outra alternativa seria a construção de um memorial ferroviário, com projeto de urbanização incluído, com investimento de cerca de R$ 570 mil. Também foi apresentada a proposta de construção de uma réplica da Estação, com custo previsto de R$ 200 mil. (ADJ)