País apresenta maior crescimento desde 2004


O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro – a soma de todas as riquezas do País – cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2006 em comparação com os últimos três meses de 2005.  Esta é foi a maior variação desde o terceiro trimestre de 2004. A expansão da economia do País no período se deve ao aquecimento do mercado interno com o bom desempenho, principalmente, da indústria e da construção civil e do aumento dos investimentos e do consumo das famílias. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, o país cresceu 3,4%.


Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o aumento dos investimentos do governo contribuiu para movimentar a economia nacional. A expressiva expansão da construção civil (%) entre janeiro e março deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, é um dos setores que sofreu influência da injeção de recursos federais. Conforme a economista do IBGE, Claudia Dionísio, este é o caso de obras de infra-estrutura realizadas pelo governo, como as de recuperação de estradas iniciadas em janeiro. O programa federal está aplicando R$ 440 milhões este semestre nas rodovias nacionais.


O desempenho da construção civil também foi favorecido pelo incremento do volume de crédito habitacional disponível. Este ano, estão sendo destinados R$ 8,7 bilhões para o financiamento da casa própria, com recursos provenientes da caderneta de poupança realizados pela Caixa Econômica Federal e bancos privados. O total de recursos para habitação em 2006 é de R$ 19,3 bilhões.


Os investimentos também tiveram peso significativo na expansão da economia brasileira. Houve crescimento de 9% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2005.  De acordo com Claudia, a queda da taxa de juros efetiva Selic e o aumento do crédito para pessoa jurídica foram os fatores que mais influenciaram o bom resultado dos investimentos. A taxa Selic – que serve de base para as taxas de juros praticadas no mercado – teve média de 18,7% ao ano nos três primeiros meses de 2005 e de 16,9% ao ano no mesmo período deste ano.


Já o consumo das famílias subiu 4% em 2006 e representa o 10º aumento seguido considerando os resultados trimestrais. Esse percentual é decorrente do aumento de 4,9% da massa salarial no período e o incremento das operações de crédito para pessoa física.


Na atividade industrial com taxa positiva de 5% este ano, o destaque foi a extrativa mineral com crescimento de 12,6% em decorrência do aumento da extração de petróleo e gás (7%) e de minério de ferro (8%).


O aquecimento do mercado interno pode ser visto pelo incremento de 15,9% nas importações de bens e serviços, o maior desde o terceiro trimestre de 2004. O crescimento  das compras feitas pelo País superam o das exportações que cresceram 9,3% no período. Os principais produtos da pauta de importação foram: materiais elétricos, equipamentos eletrônicos e produtos metalúrgicos e siderúrgicos.


Veja os principais números do PIB em 2006



Crescimento de 1,4% no primeiro trimestre em relação aos últimos três meses de 2005 e de 3,4% em comparação com o mesmo período do ano passado;
Expansão de 7% na construção civil em 2006 impulsionada pelas obras de infra-estrutura e pelo aumento do crédito habitacional;
Crescimento de 9% dos investimentos em decorrência da queda da taxa de juros Selic e do aumento do crédito para pessoa jurídica;
Variação positiva de 4% no consumo das famílias com o aumento da massa salarial e o incremento nas operações de crédito para pessoa física;
Crescimento de 5% na atividade industrial;
Expansão de 15,9% da importação de bens e serviços.