Evocando a constituição brasileira, precisamente o artigo 177, o deputado federal Inácio Arruda defendeu nessa terça-feira (.05.06), da tribuna da Câmara, a atitude do presidente da Bolívia, Evo Morales, de nacionalizar o que os bolivianos chamam de recursos naturais do seu país. “O presidente Morales pode até ter se inspirado na Carta Magna brasileira para adotar essa medida, mas é preciso agir com a tranqüilidade peculiar dos governantes estadistas”, disse Inácio, considerando, no entanto, que a atitude do governo boliviano foi “açodada” porque existi no Brasil espaço para a negociação e o debate. “O Brasil é potencia e liderança na América Latina não porque o presidente ou suas lideranças o digam, mas por sua realidade econômica”, ressaltou o deputado.
Para Inácio, o Brasil deve tomar a iniciativa de examinar essa questão, “porque é a nós que interessa a forte integração da América do Sul. Talvez não seja esse o interesse mais imediato do povo boliviano ou mesmo do governo da Bolívia, mas fortalecer esse bloco e defender os interesses desse continente frente as grandes potências econômicas do mundo de hoje, é o interesse do Brasil, do Presidente Lula, das empresas brasileiras, da economia brasileira”.
Por tudo isso é que o Brasil precisa, segundo o deputado, tomar a iniciativa e abrir espaços para o debate, para a negociação, examinar cada detalhe e separar os interesses do Estado brasileiro dos interesses da Petrobrás. “É como estadista que o nosso País e o nosso presidente da República devem se colocar. É nesse patamar elevado, que o Brasil deve defender os seus interesses junto à Bolívia. Ajudar o Brasil é ter essa compreensão, não é levantando a voz, como eu ouvi no plenário e ouvi pela mídia a toda hora”, concluiu.