Uma política de reajustes anuais para recuperação do salário mínimo, por meio de concessão de reajustes reais é o que propõe o Projeto de Lei nº 6.776/2006, apresentado pela bancada do PCdoB na Câmara Federal. Segundo o projeto, a cada ano, o salário seria corrigido pela variação nominal do Produto Interno Bruto – PIB – apurado no ano anterior, ou pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, acumulado desde o último reajuste, se superior, acrescido do índice de aumento da produtividade média do trabalho total, se positivo, também do ano anterior.
A proposta tem o mérito de considerar dois fatores importantes: associar o salário mínimo ao aumento da riqueza produzida (variação de preços e os aumentos reais) e ainda assegurar que os ganhos de produtividade do trabalho sejam realmente incorporados ao salário mínimo, evitando que sejam absorvidos, exclusivamente, pelos lucros do capital.
Para o deputado Inácio Arruda, líder da bancada, utilizar recursos públicos para ampliar o salário mínimo é demonstrar o compromisso com o desenvolvimento do mercado interno, com a distribuição de renda e com a qualidade de vida das pessoas, principalmente os trabalhadores pobres. Ele mostra o que ocorreria aos valores do salário mínimo se o projeto de lei fosse aprovado já para 2007: se o salário fosse reajustado apenas pela inflação (prevista para 4,5%), seria corrigido para R$ 366,00, mas pelo projeto irá para R$ 393,00, ou seja, uma aumento real de 8%. Como todo ano haveria aumento real, em 2010, ao final do próximo governo, os aumentos reais já acumulariam 34%, um valor superior aos acontecidos nos governos de FHC (em ambos foi de 20%) e superando até mesmo os ganhos reais do Governo Lula que chegaram a 25%.