Este tema, que tem gerado um grande debate na sociedade brasileira, às vezes é tratado de forma a abordar apenas um aspecto. Eu sou dos que concorda e luta pela valorização e melhoria da educação básica, quanto a isto não há nenhuma dúvida. Mas é precsio ponderar que isto não se faz da noite para o dia, e que ainda é muito recente a escola pública para todos, ou seja, a universalização, não garante numa relação direta, a qualidade da educação. De certa forma ainda se tem uma concepção de escola pública para poucos, ou para os que querem estudar, os que já têm consciência da importância do estudo. Por outro lado, as condições precárias dos trabalhadores e dos seus filhos, tem colocado a disputa entre a escola e o trabalho para a sobrevivência, além do que as crianças não vivem num ambiente que não proporciona o contato com o mundo da leitura, da escrita e do conhecimento.
Com a universalização do atendimento escolar, em 1996, o que ainda vemos é crianças que terminam a 8a série sem saber ler e escrever, domonstrando a complexidade da construção da escola para todos, que deve ter um outro referencial e matriz de formação.
Mas o que fazer então, com milhares de jovens, filhos de trabalhadores, quie só puderam cursar a escola pública, e que são alunos destacados, que estudam num turno e trabalham no outro, e que não tem tempo para aulas de reforço, dinheiro para cursinhos, estudo de outras línguas, acesso à informática, que vão disputar no mesmo nível com aqueles que só têm como tarefa a escola, além de aulas de reforço no contr-turno escolar, cursinhos, professores particulares, acesso aos bens materiais e culturais mais avançados, curso de línguas estrangeiras.
O que fazer então com estes jovens, até que a escola pública para todos, consiga superar os seus entraves, incompreensões, dificuldades, desafios ?
Penso que a reserva de vagas, vem como um elemento, que longe de ser contraditório com a busca da qualidade da escola pública, ao contrário, reforça esta luta, pois torna-se complemento e ajuda a encher as universidade públicas dos filhos do povo.
Esta é minha suscinta contribuição ao debate