“Acima das expectativas e com muito espírito de luta e unidade”, desta forma o dirigente nacional da CUT, Carlos Rogério Carvalho, definiu a manifestação que percorreu ontem (/8) as principais ruas do centro de Fortaleza e encerrou-se com um ato na tradicional Praça do Ferreira. Convocada pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) a manifestação reuniu mais de duas mil pessoas, a maioria estudantes e sindicalistas. Estiveram presentes parlamentares do PCdoB – deputado estadual Chico Lopes e vereador Lula Morais – e do PT – deputados estaduais Artur Bruno, Rachel Marques e Nelson Martins e os vereadores Salmito Filho e Guilherme Sampaio, além de diversas entidades como a CUT, a UNE, a UBES, o MST, a Federação de Bairros e Favelas, a CMP e diversos sindicatos.
Durante seu percurso, palavras de ordem como “Lula guerreiro do povo brasileiro” e “Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo” demonstraram que o presidente Lula tem o apoio do movimento social para enfrentar a ofensiva da direita golpista. Para o presidente da CUT-CE, Francisco de Assis “o movimento popular não se norteia pelo PSDB e o PFL, interessados em imobilizar o Governo Lula, que a direita golpista não aceita e quem deve sustentar Lula contra os inimigos do Brasil é o movimento popular”. A presidente estadual do PT, Sônia Braga defendeu a apuração de todas as denúncias de corrupção e ressaltou que a “manifestação demonstra a importância da unidade do movimento popular para impedir a direita de sequer apontar o dedo para Lula, o presidente companheiro, o presidente filho do povo”. E acrescentou a dirigente petista “precisamos ter fé e confiar no povo”. Em nome do PCdoB, o Secretário Sindical do Comitê Estadual, Rubens Bastos, destacou que “os comunistas têm a convicção de que a direita jamais aceitará a derrota de 2002, que significou um golpe violento na estratégia dos neoliberais, e por isto fará de tudo para impedir que o governo Lula faça as mudanças que o Brasil necessita”. O dirigente comunista afirmou ainda que o PSDB é inimigo do povo e citou a privatização da COELCE, concessionária de energia elétrica, que “resultou em aumento da tarifa e até hoje não se sabe o que foi do dinheiro da privatização, que rendeu mais de R$ 1 bilhão”.
Após o ato público os manifestantes se dirigiram à sede do Banco do Estado do Ceará-BEC para se solidarizar com os funcionários que lutam contra a privatização da instituição e decidiram ocupar o prédio com o apoio de 150 integrantes do Movimento dos Sem Terra. Para retirar os ocupantes o Presidente do BEC chamou a tropa de choque da Polícia Militar. Após uma tensa negociação intermediada por parlamentares do PCdoB e do PT e pelo presidente da CUT-Ce, a polícia recuou e os bancários, após quase cinco horas de ocupação, decidiram sair assegurando que o movimento demonstrou que tem um grande potencial de mobilização e o apoio do movimento popular para lutar contra a privatização.
Ao avaliar a manifestação, o deputado estadual Chico Lopes (PCdoB) considerou-a de grande importância para elevar o espírito do movimento popular que não pode se deixar abater com a ofensiva da direita neoliberal que está buscando um jeito de retornar ao governo. O parlamentar comunista também se declarou “muito satisfeito em ver os companheiros do PT de volta às manifestações”. Lopes considera que o PT tem um importante papel a cumprir porque “além de ser o partido do Presidente da República é o maior partido de esquerda, com grande influência no movimento social e na própria sociedade, por isso precisa partir para a ofensiva contra os que sempre agiram contra os interesses nacionais e populares”.
A próxima grande manifestação em Fortaleza já está prevista para o dia 7 de setembro durante o Grito dos Excluídos quando o movimento popular mais uma vez tomará em suas mãos a defesa das mudanças. A preparação do “Grito” também conta com o apoio das entidades que compõem a Coordenação dos Movimentos Sociais.