Atores da cadeia de C&T discutem viabilidade do Parque Tecnológico do Ceará


_mg_8760“A razão desse encontro vem da convicção de que o Ceará não pode deixar de ter o seu Parque Tecnológico – equipamento articulador da nossa cadeia de Ciência e Tecnologia. Será um verdadeiro salto, mas esse trabalho não pode ser feito sozinho. Deve contar com os vários atores que aqui estão”, disse o titular da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Inácio Arruda, durante a abertura da “Oficina de Trabalho para o Estudo de Viabilidade do Parque Tecnológico do Estado do Ceará”, nesta sexta-feira (23/9), no Hubine do Banco do Nordeste.

A oficina, realizada pela Secitece, reuniu representantes de instituições como UFC, Uece, UVA, IFCE, Sebrae, Fiec, FioCruz, CSP, Nutec, Centec, Funcap, Embrapa Agroindústria Tropical e Embrapa Ovinos e Caprinos, Feac, Inpe, Amprotec e Embrapii, dentre outras envolvidas no processo.

Na ocasião, o presidente do Banco do Nordeste, Marcos Holanda, considerou o evento como uma iniciativa louvável. “É grande satisfação ter um grupo tão eclético e que simboliza a ‘palavra mágica’ para o setor que é ecossistema, à medida em que temos vários atores de uma lógica maior e na qual as partes interagem em busca desse objetivo. Para o Hubine é muito importante abrigar a oficina e ser mais um ator do ecossistema”, disse. O Reitor da UFC, Henry Campos, também presente ao evento, destacou que “o Parque Tecnológico vai abrir horizontes decisivos e ser um exercício de pesquisa científica e aplicação de conhecimento: tudo que a gente sonha e até já tem, mas em pequena escala”.

A oficina

A condução da oficina foi feita por uma consultoria contratada pelo Banco Mundial/PforR, a pedido da Secitece. Em sua apresentação, a consultora Maria de Fátima Ludovico mostrou experiências exitosas em diversos países. A nível mundial, parques como o Tanguspark, em Portugal; TusPark, na China; Digital Media City, na Coreia do Sul, e o Bioindustry Park Silvano Fumero, na Itália, são bons exemplos. No Brasil, alguns destaques são o Tecnosinos, em São Leopoldo/RS; Porto Digital, em Recife/PE; e Sapiens Parque, em Florianópolis/SC.

“Não existe uma receita pronta. Cada parque possui suas características. Portanto é tão importante realizar um estudo prévio”, explicou a consultora. Há parques multissetoriais e outros com área específica de atuação. “A diferença que percebemos comparando parques brasileiros e estrangeiros é que em nosso País atuamos, muitas vezes, sem um foco estratégico. No exterior é diferente: os parques têm foco, uma proposta de valor, sabem aonde querem chegar”, disse.

Dados importantes

Boas práticas, fatores críticos e desafios também foram apresentados pela consultora do Banco Mundial. A maioria dos parques tecnológicos (aproximadamente 61%) são especializados, atuando em, no máximo, três setores estratégicos. Em cerca de 75% dos parques, há atividades de incubação de empresas. Em 40% dos parques, o setor público é o proprietário do local no qual são empreendidos os projetos, enquanto em 22% dos parques as propriedades são público-privadas.

Durante o evento, uma dinâmica em grupos mostrou a visão dos participantes em relação ao projeto do Parque Tecnológico do Ceará e o papel estratégico do equipamento em relação à economia local, regional e nacional. Uma das ferramentas utilizadas na oficina foi a “estrategigrama”, amplamente utilizada por parques tecnológicos de diversos países e que tem por base sete eixos estratégicos: localização e ambiente externo; posição e fluxo de tecnologia e conhecimento; empresas-alvo; grau de especialização do parque; mercados-alvo; redes de relacionamento e cooperação; e modelo de gestão e governança.

Próximos passos

A oficina foi a primeira atividade da consultoria do Banco Mundial, que durará cinco meses. Dividido em fases, o trabalho culminará na elaboração e divulgação do resultado do estudo que embasará a tomada de decisões para a instalação do parque tecnológico do Ceará.

Participaram também da oficina o secretário adjunto da Secitece, Francisco Carvalho; o presidente do Nutec, Francisco Magalhães; o presidente da Funcap, Tarcísio Pequeno; o presidente do Centec, Francisco Viana, além de colaboradores da Secitece.

Fonte: Secitece

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