4º Salão Nacional de Divulgação Científica


debate-2 (1)O secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Inácio Arruda, foi um dos conferencistas do 4º Salão Nacional de Divulgação Científica, que acontece dentro da 67ª Reunião Anual da SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Universidade Federal de São Carlos, a convite da Associação Nacional dos Pós Graduandos. “Desafios do Financiamento e Inovação no Brasil” foi o tema da mesa redonda que contou com a participação de mais dois apoiadores e incentivadores de pesquisa no país: Luis Manoel Fernandes, presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e Victor Pellegrini Mammana, diretor geral do Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer. Mediado por Gabrielle Paulanti, secretária geral da ANPG, e Fábio Palácio, diretor da Fundação Mauricio Grabois, o debate jogou luz a questões como as necessidades de transformar conhecimento em riqueza social e econômica.

Durante sua fala, Inácio Arruda lembrou a importância desse debate proposto pela ANPG, já que está em discussão o PPA (Planejamento PluriAnual) até 2019, e é necessária a divisão de investimentos em todo país, onde há fundos setoriais, assim, descentralizando do sudeste. “Cada edital que lançamos, por exemplo, no Ceará, é surpreendente o número de empresas que apresentam projetos”, observa.
Arruda também alertou para superação de queda nos investimentos, que atrapalham muito as pesquisas em andamento, e disse que é necessário encontrar fontes permanentes para investimentos.
O secretário de C&T citou o exemplo da Embrapa (Empresas Brasileira de Pesquisa Agropecuária) que obtém financiamento público e privado e obtém constância em projetos e reconhecidos mundialmente. “Também deve-se rever a Lei das Patentes para resolver entraves na inovação no país. Por conta da demora para liberá-las, muitas vezes até mais de dez anos, a produção e inovação nacional são prejudicadas, perdendo a competitividade em relação a outros países”, aconselhou.

Luis Fernandes apresentou um panorama dos investimentos em pesquisa no país desde os anos 70 e suas mudanças até hoje, passando pela vertiginosa queda nos anos 80 e 90. Após essas décadas, durante o primeiro Governo Lula, iniciado em 2003, houve um cronograma de eliminação do contingenciamento até 2010, o que fez o orçamento para Ciência e Tecnologia saltar de R$ 600 milhões para os R$ 2 bilhões, que resultou em reformas estruturantes e a criação da lei da Inovação.

“Com esse planejamento houve uma recuperação do FNDTC (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), porém novamente caímos nos entraves de ‘ bipolaridade’ entre os parlamentares que ora oferecem, ora retiram “, disse. Segundo ele, se faz necessário uma reforma social no país, para que parlamentares estejam de acordo com o que é importante para o crescimento. “Hoje há uma convergência de pensamento de que estamos em uma época da economia de conhecimento, portanto é necessário ter programas cobrindo toda a cadeia de inovação e não devemos nos contentar em subordinação com cadeias globais de agregação de valor”.

Victor Mammana, do Centro Renato Archer, localizado em Campinas, e que é uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia, fez uma fala bastante progressista, alertando para os retrocessos no país, incluindo os sociais, como a redução da maioridade. Também apresentou o Programa do Centro chamado “Wash!” (Workshop de Aficionados de Software e Hardware), ou mais popularmente conhecido como “Rolezinho da Ciência”, que leva institutos de pesquisa em bairros de baixa renda. “O programa estimula o interesse dos jovens na ciência de uma forma diferente e também recebemos a notícia que teremos uma bolsa de iniciação para estudantes do ensino médio que participarem”, contou.

 

Fonte: Secitece

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