Em primeiras entrevistas após reeleição, presidenta fala sobre reforma tributária e política e reitera o combate contra a corrupção
No primeiro dia após sua reeleição, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que pretende iniciar, a partir da próxima semana, um diálogo amplo com as forças produtivas da Nação, nos segmentos da indústria, da agricultura, de serviços e do setor financeiro. A declaração foi feita nesta segunda-feira (27), em entrevistas a telejornais da TV aberta.
“Eu externei domingo que não ia esperar a conclusão do meu primeiro mandato para iniciar as ações para transformar e melhorar o crescimento da nossa economia. Pretendo colocar, de forma muito clara, quais são as medidas que eu vou tomar. Antes do final do ano eu vou fazer isso – e vou começar neste mês que se inicia na próxima semana”.
Reforma tributária
A presidenta contou que, entre as reformas, uma das que tem maior urgência é a tributária. “Precisa simplificar tributos. É impossível continuar com a sobreposição [de tributos] e com a guerra fiscal. Conseguimos reduzir, e muito, a guerra dos portos. Mas a guerra fiscal [entre os estados] permanece. Esse é um dos desafios que eu vou ter de encarar”. A presidenta lembra também que o governo também fez uma grande reforma tributária com o Super Simples.
Dilma afirmou ainda que o objetivo final é assegurar que todos os brasileiros tenham um País mais moderno, mais inclusivo e mais produtivo. Que possa atender aos clamores da população, que quer continuar melhorando de vida. “Assegurar que tenhamos valores fundamentais como base, oportunidades para todos – esse é um valor moral e ético”, disse.
Corrupção
A presidenta reiterou ainda o seu total compromisso com o combate à corrupção. Ela garantiu que não ficará “pedra sobre pedra” em casos de corrupção investigados durante seu governo. Segundo a presidenta, a impunidade constitui um dos principais desafios no combate aos malfeitos no País.
“Não acredito em instabilidade política por se prender e condenar corruptores. Acredito que o Brasil tem uma democracia forte e tem uma institucionalidade forte. Acho que a sociedade brasileira exige uma atitude que interrompa a sistemática impunidade que ocorreu no País ao longo da nossa história. E isso significa, doa a quem doer, que se faça justiça. E fazer justiça nesse caso, é punir. Se alguém errou tem que ser punido”, defendeu a presidenta.
Reforma política
A presidenta destacou que o Brasil caminha para ser um País cada vez mais inclusivo, produtivo e solidário e que cuida especialmente daqueles que mais emergiram nos últimos anos: mulheres, jovens e negros.
Para ela, uma das principais mudanças exigidas pela sociedade é a reforma política. Dilma considera o processo de consulta à população essencial e reiterou que é preciso proibir o financiamento empresarial de campanhas. De acordo com a presidenta, há um “clamor” de diversos segmentos da sociedade por mudanças no sistema político.
“O Congresso vai ter sensibilidade para perceber que isso é uma onda que avança”, concluiu Dilma.
Fonte:
Blog do Planalto