Unasul rejeita ruptura de ordem constitucional na Venezuela e diz que todos os setores repudiam violência


Para chanceleres do bloco que visitaram Caracas, governo e oposição devem moderar a linguagem

A comissão de chanceleres da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) que visitou a Venezuela emitiu nesta quinta-feira (27/03) uma declaração oficial sobre a situação do país. De acordo com o comunicado, os chanceleres registraram que há disposição para o diálogo em todos os setores, mas ressaltaram que é preciso “moderar a linguagem” para gerar um ambiente pacífico, que favoreça as conversações entre o governo de Nicolás Maduro e os distintos atores políticos, econômicos e sociais venezuelanos.

 

Os chanceleres que visitaram Caracas, entre eles o brasileiro Luiz Alberto Figueiredo, reuniram-se durante dois dias com representantes dos setores políticos, econômicos, religiosos, estudantis e sociais no país. A delegação também conversou com alguns integrantes de partidos opositores ao governo.

 

No comunicado emitido pelo Suriname, país que ocupa a presidência pro tempore(temporariamente) do bloco, a Unasul diz ter identificado “rejeição à violência em protestos, por todos os setores do país”. O texto também condena qualquer tentativa de ruptura da ordem constitucional estabelecida na Venezuela.

 

A comissão de chanceleres agradeceu ao governo venezuelano por ter facilitado os contatos pedidos por eles e também a participação ativa de todos os setores durante os encontros, dos quais participaram representantes de partidos políticos ligados ao presidente Nicolás Maduro, da Mesa da Unidade Democrática, que reúne as diversas tendências opositoras, do Ministério Público, da Defensoria do Povo e de diversas igrejas.

 

Sem dar maiores detalhes, o comunicado anunciou que será apresentado um relatório da visita ao Conselho de Ministros e Ministras de Relações Exteriores da Unasul e que o processo iniciado terá continuidade nos próximos dias, por meio de um grupo de chanceleres.

 

Mais cedo, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, havia dito que chanceleres de três países participariam de diálogos entre a oposição e o governo, mas o comunicado não divulgou detalhes sobre essa possível mediação. Na Venezuela e na Colômbia, a imprensa diz que o Brasil pode estar entre estes países, mas a informação não foi confirmada pelo Itamaraty.

 

Fonte: OperaMundi

 

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