Homenageando os Professores pelo seu dia, Inácio destaca ações na área de Educação


O Senador Inácio Arruda prestou homenagem aos professores pela passagem de sua data comemorativa durante sessão especial que o Senado realizou nesta quarta-feira (), dedicada à homenagear também as crianças.

Inácio destacou as realizações do Governo atual que, em um curto período de oito anos, criou mais de duzentas escolas técnicas, o dobro do que foi realizado até então em cem anos de história do ensino técnico.

O Senador também mencionou outras conquistas importantes para o setor, como o piso salarial dos professores, a construção e os equipamentos das novas escolas técnicas federais e a expansão das universidades para o interior do País: “É uma vitória que estamos conseguindo e temos que pressionar as autoridades econômicas para manterem o País no ritmo do crescimento, do desenvolvimento, porque isso tem dado a oportunidade de melhorarmos os salários dos professores, aumentarmos o número de escolas de ensino fundamental, de formação técnica e expandirmos a universidade”, afirmou.
 
Ele criticou a postura daqueles que consideram os investimentos realizados pelo Governo como “gastança”: “Não podemos aceitar esse discurso que aumentar o salário dos professores, aumentar o número de escolas técnicas, aumentar o número de universidades significa gastança.

Isso não é gastança, isso é estar, mesmo em um momento de crise, investindo numa saída melhor para o povo brasileiro. Não devemos aceitar que se faça esse discurso para cortar os recursos orçamentários, exatamente naquilo que mais interessa à cidadania do nosso povo”, alertou.

O Senador lembrou que a educação no Brasil por muito tempo só foi acessível a um número muito pequeno de pessoas e que hoje, quando se busca universalizar a educação no País, surgem outros desafios para serem enfrentados: “Até os anos 60 a escola era para muito poucos. E, praticamente, os professores tinham dedicação exclusiva, só àquela turma, àquela escola, porque tinha pouca gente para cuidar. O professor não ficava saltitando – de manhã numa escola municipal, à tarde numa estadual, à noite numa particular e nos finais de semana ainda ia a algum cursinho para fazer concurso para alguma repartição pública ou vestibular para as universidades”, alertou.

Durante a homenagem, Inácio fez ainda uma menção especial a seu primeiro professor, José Duartes Pinheiro, o Zequinha, com quem estudou em Dias Macedo, bairro muito pobre da periferia de Fortaleza. “Toda a sua vida foi dedicada à educação, quase exclusivamente; não fez outra coisa na vida, senão se dedicar a formar as pessoas, a cuidar das pessoas, a fazer com que elas compreendessem o que era a sua comunidade, o seu bairro, o seu Estado”.   

Leia pronunciamento na íntegra.

Pronunciamento do Senador Inácio Arruda homenageando os Professores pelo seu dia.
15.10.08
 
Senador Mão Santa, primeiro vou dizer que sou do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB. E as homenagens que hoje são feitas vêm pelas mãos de uma das pessoas mais dedicadas à causa da educação e à causa humana, o Senador Cristovam Buarque. E dois homenageados que se unem e são muito ligadas: as crianças e os professores. Você veja que o pronunciamento dos Senadores e Senadoras sempre se remetem à sua vida como crianças – não é verdade, Senador Augusto? –, ao homenagear, às vezes, a primeira professora.

Eu conversava com o Professor Cristovam, Senador da República, lembrando exatamente isso, a primeira escola em que ingressei. À época, não se ingressava na escola com um ano e meio, três anos ou quatro anos de idade. Normalmente se entrava na escola com sete, oito, nove anos de idade. E ali encontrei um professor, que hoje já está quase com 70 anos, José Duarte Spinheiro, o Zequinha, lá num bairro muito pobre da periferia de Fortaleza, chamado Dias Macedo. Mas a vida inteira dele foi dedicada à educação, quase exclusivamente; ele não fez outra coisa na vida, senão se dedicar a formar as pessoas, a cuidar das pessoas, a fazer com que elas compreendessem o que era a sua comunidade, o seu bairro, o seu Estado.

Muitas vezes se falava da nossa região. Aqui ouvimos falar do Amazonas, daquela floresta imensa, com salas de aulas no meio daquela mata; de um professor dedicado, ali, a cuidar das crianças no meio daquela selva enorme. Ou no Pantanal, da Senadora Marisa Serrano, que se pronunciou, há pouco.

Lá falamos muito das secas, do semi-árido, do bioma que é chamado de caatinga e que é único no mundo. Esse bioma só existe no Brasil. Está lá naquela região. Então, são os professores que nos vão ensinando, que nos vão dizendo. A música, a arte, a cultura… Nós ouvíamos muito as letras cantadas, porque, na nossa escolinha, havia também aulas de música. E as principais músicas eram as cantadas por Luiz Gonzaga, que falavam do Nordeste; que falavam do meio ambiente; que falavam da seca; que falavam da época da chuva; que falavam da luta do povo, do seu cotidiano, da sua vida. Isso estava ali dentro da escola, nas letras do Humberto Teixeira, cantadas pelo Luiz Gonzaga, que eram verdadeiras peças que se apresentavam ali para nós.

E, hoje, ao discutir esse tema – porque o Senador fez bem, não é só uma homenagem, é homenagem com discussão. À época que cheguei à escola para estudar, a educação no Brasil e a escola eram para pouquíssimas pessoas. Poucas pessoas tinham acesso à escola. Só nos anos 70 e início dos anos 80, buscou-se universalizar a educação no Brasil. É muito recente, muito recente. Até os anos 60, a escola era para poucos. Poucos tinham oportunidade de ir a uma escola. E, praticamente, os professores tinham dedicação exclusiva, porque havia pouca gente para cuidar. E o professor era dedicado só àquela turma, só àquela escola. O professor não ficava saltitando – de manhã numa escola municipal, à tarde numa estadual, à noite numa particular e, nos finais de semana, ainda em algum cursinho preparatório para concurso público ou para vestibular para as universidades. Esse professor estava, na situação de hoje, inviabilizado. Ele é uma pessoa inviabilizada; não tem como se dedicar exclusivamente àquela escola. É um esforço atual.

Quando aprovamos, por iniciativa do Senador Cristovam Buarque, o piso salarial… E muitos podem dizer que é pouco, alguns Governadores dizem que é muito, os Prefeitos dizem que é muito, nós dizemos que é pouco, os professores também dizem que é pouco; é pouco mesmo, porque não dá para ter uma vida digna e ser o responsável por educar as pessoas com aquele salário. Mas quando fizemos aquilo, ou seja, quando tomamos essa medida importantíssima, vi duas cenas assim espetaculares: primeiro, Senador Cristovam Buarque, foi a aprovação da matéria aqui no Congresso Nacional; depois, a sanção da lei. Vi o abraço emocionado do Presidente da República em V. Exª, porque era a sua causa. O Presidente da República não teve essa oportunidade. Ele sabe o que é haver a garantia de que os professores terão um recurso mínimo para cuidar das crianças brasileiras e oferecer mais e melhores oportunidades ao nosso povo.

Quando aquilo aconteceu, dissemos: “Precisamos agora tomar outras medidas”. Quem sabe, num esforço grandioso do povo brasileiro, o Congresso Nacional e o Presidente da República possam adotar outra medida. Se hoje há piso salarial nacional para os professores; quem sabe não possamos alcançar a dedicação exclusiva. O professor só vai dar aula naquela escola; não poderá dar aula numa escola do Município, depois em outra do Estado, depois em outra particular e em mais uma particular. Não. Ele só vai dar aula naquela escola, com dedicação total.

Eu disse, na Comissão de Assuntos Sociais, que tive esta sorte: estudei numa escola pública em que os professores lecionavam em regime de dedicação exclusiva, no ensino que é hoje o fundamental. Depois, fui para o que hoje é o Centro Federal de Educação Tecnológica, onde os professores tinham dedicação exclusiva. E, quando cheguei à universidade, porque era uma universidade federal, também os professores tinham dedicação exclusiva. Então, pude ter este cuidado: sair de lá, de um bairro bem pobre, mas ter a oportunidade de estudar com professores que estavam dedicados exclusivamente a tratar daquilo que interessava àquela turma.

Então, acho que hoje é o passo seguinte que devemos dar. E devemos aproveitar a oportunidade, mesmo diante dessa crise imensa que vive o mundo. Os países mais desenvolvidos estão numa crise profunda, mas países como o nosso têm grandes oportunidades; nós temos grandes oportunidades no Brasil de dar passos mais alargados.

Mesmo com essa situação de dificuldade da educação, eu que me formei numa escola técnica, que tenho um curso de formação técnica, sei a importância de se ter uma escola fundamental e, depois, de se formar, de ter uma profissão na vida.

Neste curto período de oito anos, o atual Presidente da República criou mais escolas técnicas do que em 100 anos. Desde a criação da primeira escola técnica do Brasil, em 1909, até o ano de 2002, foram criadas 100 escolas técnicas, e, no atual Governo, já foram criadas mais de 200 escolas técnicas federais, expandindo-se a rede de formação técnica para o interior do Brasil.

Então, podemos somar ao piso salarial dos professores, a construção e a compra de equipamentos das novas escolas técnicas federais e a expansão das universidades. Em função dos salários míseros que se recebem no Brasil, não se queria ir para o interior. Então, as universidades estão sendo expandidas para o interior do nosso País. Acho que é uma vitória que conseguimos, e temos de pressionar as autoridades econômicas para manterem o País no ritmo do crescimento, do desenvolvimento, porque é isso que tem dado a oportunidade de melhorarmos os salários dos professores, de aumentarmos o número de escolas de ensino fundamental, de formação técnica e de expandirmos a universidade.

Escuto, muitas vezes, a mídia, principalmente a brasileira, dizer o seguinte: “O Governo precisa acabar com a gastança, está gastando muito”. Ora, mas está gastando em quê? É para a educação o gasto? É para a saúde pública o gasto? Não podemos aceitar este discurso de que aumentar o salário dos professores, o número de escolas técnicas e de universidades significa gastança. Isso não é gastança, não; isso é estar, mesmo no momento de crise, investindo numa saída melhor para o povo brasileiro. Não devemos aceitar nunca que se faça esse discurso de gastança do Brasil, para cortar os recursos orçamentários, exatamente naquilo que mais interessa à cidadania do nosso povo.

Sr. Presidente, encerro o meu pronunciamento, primeiro agradecendo a oportunidade que me é dada pela iniciativa do Senador Cristovam, que, ao lado de V. Exª e de outros Senadores, simboliza a presença de Senadoras e Senadores que pensam o Brasil, que pensam o nosso País e, assim fazendo, evidentemente pensam o nosso futuro.


Parabéns a todos!